A Defesa Civil de Minas
Gerais atualizou, no final da tarde hoje (30), em 99 o número de vítimas do
rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, nos
arredores de Belo Horizonte, identificadas pelo Instituto Médico Legal (IML). O
último balanço da corporação registra 259 desaparecidos.
De acordo com
a Polícia Civil, dos 99 mortos, 57 foram identificados. A orientação é que as
famílias não compareçam ao IML e, sim, comuniquem-se via internet e redes
sociais.
Segundo a
Defesa Civil, cinco dias após o desastre causado pelo rompimento da barragem,
ainda há regiões de Brumadinho que sofrem com a falta de energia.
O
tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador da Defesa Civil, disse que os
trabalhos na região da mina do Córrego do Feijão começaram por volta das 4h da
manhã.
A barragem
B6, com água, segue monitorada 24 horas por dia, segundo o órgão, sem risco de
rompimento. Um plano de contingência,
entretanto, foi elaborado de forma preventiva.
Conforme o
balanço, foram localizados 225 funcionários da Vale, 168 terceirizados ou
moradores da comunidade. Ainda não foram localizados 101 empregados da
mineradora. Dez pessoas estão hospitalizadas e são 264 desabrigados.
Choveu hoje durante
parte do dia. Entretanto, segundo o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pedro
Aihara, a água não “afetou significativamente o nível de água da barragem”,
permanecendo uma “situação garantida de segurança”.
Buscas
Aihara
informou que as buscas de hoje tiveram como foco a área do antigo
refeitório da Vale. O monitoramento, acrescentou, ocorre em toda a área por
onde os rejeitos se espalharam, coberta a partir de grupos distribuídos em 18
pontos.
Hoje tropas
enviadas de São Paulo já começaram a atuar. Elas foram espalhadas em seis
pontos de monitoramento. As atividades também foram reforçadas por 58
voluntários, que ficam nas imediações e contribuem na verificação de vestígios
de corpos.
Reforços
Amanhã (31),
serão incorporadas aos trabalhos de buscas tropas vindas de Santa Catarina e do
Espírito Santo. Quanto aos militares israelenses, o porta-voz do Corpo de
Bombeiros informou que a previsão da participação deles é até sexta-feira
e que a continuidade será discutida “em nível de governo”.
O grupo vai
receber também o apoio do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar de
Minas Gerais. “Já temos 16 pelotões de 25 PMs. São militares especialistas que
vêm complementar pontos específicos de difícil acesso. A ideia é de progressão
em espiral para que consigamos verificar todas as áreas”, explicou o Major
Flávio Santiago, da PM estadual.
Investigações
O delegado da
Polícia Civil Arlen Bahia informou que foram realizados hoje 35
atendimentos no Instituto Médico Legal (IML). Ela acrescentou que agentes da
corporação começaram a formalizar a “coleta de provas subjetivas”, ouvindo
sobreviventes. E que esta atividade seguirá dentro das investigações.
Questionado
por jornalistas, o delegado mineiro pontuou que ainda “é muito prematuro chegar
a uma conclusão”.|agenciabrasil / Foto: Reuters/Adriano Machado/Direitos Reservados