A Defesa Civil de Minas Gerais
informou hoje (31) que aumentou o número de mortos no desastre da Mina
Córrego do Feijão, em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte. Pelo último
balanço, são 110 mortos, 238 desaparecidos e 394 identificados. Dos mortos, 71
foram identificados por exames realizados pela Polícia Civil. Também há 108
desabrigados e seis pessoas hospitalizadas.
A Polícia Civil toma depoimentos de
sobreviventes e coleta amostras de DNA. Segundo a Polícia Civil, foi coletado
material de 210 pessoas que representam 108 famílias. Os trabalhos vão
prosseguir.
De acordo com o delegado da Polícia
Civil, Arlen Bahia, dos 71 corpos, 60 já foram identificados e entregues aos
familiares. Os outros 11 estão no Instituto Médico Legal (IML) aguardando a
liberação por parte dos familiares.
“Ainda está sendo possível, em
determinados casos, realizar a identificação pelas impressões digitais, mas
daqui para frente, com a decomposição dos corpos a identificação será pela
arcada dentária ou pelo DNA, disse.
O delegado disse ainda que a
delegacia de Brumadinho funcionará 24h para atender familiares e receber
ocorrências. Também está sendo providenciada uma equipe para atuar na expedição
das identidades de parentes de familiares vitimados pelo rompimento da
barragem.
O porta-voz do Corpo de Bombeiros,
Tenente Pedro Aihara, disse que os corpos encontrados hoje estavam na
área do refeitório da Vale e na área adjacente à barragem. Segundo Aihara, a
operação entrará em uma fase mais difícil, porque os corpos localizados estavam
em áreas superficiais. O resgate das vítimas agora demandará mais escavações.
“Nesse momento, a gente entra em uma
fase um pouco difícil, considerando que os corpos que estavam em locais mais
superficiais já foram localizados. Agora as atividades demandam escavação e
outras técnicas para recuperar alguns segmentos de corpos, com isso o número de
corpos aumentará, mas velocidade de descoberta dos corpos vai avançar mais
lentamente”, disse.
De acordo com o Corpo de Bombeiros,
mais de 360 militares atuam na área com apoio de 15 aeronaves e 21 cães
farejadores. Ontem (30), chegou uma equipe de Santa Catarina e uma
aeronave do Espírito Santo. Há, ainda, 66 voluntários, que atuam entre área
seca e a inundada. Estes voluntários são pessoas com qualificação técnica.
Aihara disse que, em razão da chuva
na tarde de hoje, a situação da lama voltou a ficar instável. Na tarde
desta quinta-feira, em razão de uma forte chuva, as buscas chegaram a ser
suspensas, mas foram retomadas por volta das 18h.
De acordo com o tenente, a barragem
VI está estável, sem risco de rompimento. Mas, em razão da previsão de chuvas
para esta noite, ela será monitorada. “Continuaremos o trabalho a partir
das 4h da manhã”, disse.
Água
O coordenador da Defesa Civil de
Minas Gerais, Tenente Coronel Flávio Godinho, voltou a afirmar que não vai
ocorrer o desabastecimento de água na região. “A entrega continua normalmente,
a única ressalva são as pessoas que fazem a captação de água autônoma no rio
Paraopeba. Essas pessoas não podem consumir essa água”, disse.
De acordo com Godinho, na tarde
de hoje, ficou definido que 50 caminhões pipas, cada um com 20 mil litros
de água potável, farão a entrega de água para essas pessoas. A medida vai atender
as pessoas que estão na a jusante do rio Paraopeba até a cidade de Pará de
Minas.
Por conta da qualidade da água, que
apresenta resíduos de metais acima do limite permitido para consumo humano e
animal, a captação de água no Rio Paraopeba pelas cidades de Paraopeba e
Caetanópolis está suspensa, mas, de acordo com Godinho, não existe a
possibilidade dessas duas cidades ficarem sem o abastecimento de água.
“O sistema de Paraopeba que é o que
pode causar alguma atenção especial, a captação nele foi momentaneamente
suspensa. Para suprir a necessidade, a água está sendo captada no rio do Cedro
e em alguns poços artesianos. Essa água tem o acompanhamento de diversos órgãos
para medir a qualidade da água”, afirmou.|agenciabrasil / REUTERS/Washington Alves/Direitos Reservados