O advogado que compõe a defesa de Lula, Manoel
Caetano Ferreira, afirmou que o ex-presidente considerou 'um vexame' a
possibilidade de se encontrar com seus familiares 'em um quartel' depois de
Vavá - o irmão Genival Inácio da Silva - já ter sido enterrado. A decisão de Dias Toffoli, presidente do STF (Supremo Tribunal
Federal), fortemente criticada por inúmeros setores da sociedade brasileira,
sobretudo os jurídicos, foi proferida ao mesmo tempo em que o enterro de Vavá
se encaminhava para seus momentos finais.
A reportagem do jornal O Estado
de S. Paulo destaca que "em decisão, o ministro concedeu
ao petista o 'direito de se encontrar exclusivamente com os seus familiares, na
data de hoje, em Unidade Militar na Região, inclusive com a possibilidade do
corpo ser levado' a uma 'unidade militar, a critério da família'. O advogado, no entanto, ressalta que a 'decisão foi
inócua, proferida quando o corpo já estava baixando a sepultura, o enterro já
estava acontecendo'. 'Então, a decisão não tem mesmo como ser cumprida'."
Nas palavras do advogado "o ex-presidente não concordaria em
se reunir com sua família num quartel, ele disse isso claramente. Seria um
vexame, um desrespeito com a família que ele fosse se encontrar com a família,
em um momento como esse, em um quartel".
A matéria ainda acrescenta que "presídios federais e
estaduais expediram, por mês, cerca de 12,8 mil autorizações semelhantes ao
pedido feito pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para
comparecer ao velório do irmão. Os dados, do Departamento Penitenciário (Depen)
do Ministério da Justiça e Segurança Pública, se referem ao período entre o
início de 2014 e junho de 2016, os mais recentes publicados pelo governo. Os
relatórios não informam quantos pedidos do tipo são negados."| Foto: Lalo de Almeida/The New York Times