Como o PT nunca governou Salvador, cresce no partido o desejo de
lançar candidatura própria à prefeitura da capital baiana em 2020. Um desses
entusiastas é o deputado federal Nelson Pelegrino, que perdeu a última eleição
disputada pelo partido, quando foi derrotado pelo hoje prefeito ACM Neto (DEM)
em 2012. Na avaliação dele, a saída do democrata do cargo no próximo ano abre
uma “janela de oportunidade” para o PT. "Eu acho que quem ser apoiado tem
que estar disposto a apoiar. Mas eu penso que o PT tem legitimidade e o
sentimento que eu tenho conversado com todo mundo no partido é de que o PT terá
candidato em 2020", ressalta o parlamentar em entrevista ao Bahia
Notícias. Por outro lado, desde o fim do ano passado, o governador Rui Costa
(PT) tem estreitado relações com quadros, originalmente, do grupo
oposicionista. É o caso do presidente da Câmara Municipal de Salvador (CMS),
Geraldo Júnior (SD), e do ex-secretário municipal e atual presidente do Esporte
Clube Bahia, Guilherme Bellintani. Ambos são apontados como possíveis
candidatos ao Palácio Thomé de Souza. “Em 2012, Bellintani votou em mim para
prefeito de Salvador. Eu soube que foi uma das primeiras questões quando ele
esteve com o prefeito ACM Neto. Quando foi convidado para ser secretário, ele
disse: ‘por uma questão de honestidade, eu tenho que lhe dizer que votei em
Pelegrino na eleição, certo?’ (risos). Então, acho que tudo que a gente puder
agregar... Política é sempre sobre agregar, a subtração sempre é muito ruim na
política”, afirma o petista. Mas esse tópico ainda está longe de ser definido.
O que o PT tem como meta já estabelecida para a próxima eleição é investir em
quadros para dobrar o número de vereadores na CMS. Atualmente, a legenda conta
com três parlamentares de um total de 43. Realidade diferente da Assembleia
Legislativa da Bahia (AL-BA), onde o partido integra a base governista, com 10
representantes e da Câmara dos Deputados, onde possui a maior bancada
partidária com 56 deputados federais eleitos. Apesar da articulação capitaneada
pelo PDT, que se juntou ao PCdoB num outro bloco de esquerda, Pelegrino avalia
que a força do Partido dos Trabalhadores vai colaborar para a reunião dessas
siglas, com apoio também do PSB e PSOL, em prol do fortalecimento da oposição
ao governo de Jair Bolsonaro (PSL). Para isso, ele destaca que é preciso
resolver os problemas com Ciro Gomes (PDT), que faz questão de se manter
distante do ônus petista. “Ele tem as observações dele quanto às eleições
presidenciais. ‘Ah, mas porque o PT não apoiou Ciro Gomes? Se tivesse apoiado,
o PT teria ganhado as eleições’. A minha avaliação é que Ciro nunca quis ser o
candidato do PT. Ele queria os votos do PT, é diferente”, critica. Após perder
a eleição ainda no primeiro turno, o ex-governador do Ceará não declarou apoio a
Fernando Haddad, como esperado e desejado pelos petistas. Ao longo da conversa
com o BN, Pelegrino falou ainda sobre a eleição interna do PT, renovação do
partido e posicionamento diante do governo federal. As informações são do Bahia
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