O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira (24) o fechamento de sua embaixada em Washington e de todos os consulados nos Estados Unidos após romper relações com o governo de Donald Trump por reconhecer o líder parlamentar opositor Juan Guaidó como presidente interino.

"Decidi trazer de volta todo o pessoal diplomático (...) e fechar nossa embaixada e todos os nossos consulados nos Estados Unidos", declarou Maduro em uma sessão especial do poder judiciário, no qual acusou Washington de promover Guaidó em um processo de golpe de Estado.

Maduro, que tem o apoio dos militares e do poder judiciário, informou que no sábado receberá em Caracas o pessoal diplomático venezuelano, e reiterou o prazo de 72 horas dado na quarta-feira aos Estados Unidos para tirar seu corpo de funcionários da Venezuela.

O governo americano não reconhece a decisão e anunciou que tomará medidas se seu pessoal for posto em "perigo".

"Se resta algo de sensatez e racionalidade, eu digo ao Departamento de Estado, com racionalidade, com sensatez, com base no direito internacional, vocês têm que cumprir a ordem que emanou do governo da Venezuela", declarou o presidente.

Argumentando estar apoiado pela Constituição, Guaidó, de 35 anos, se autoproclamou na quarta-feira "presidente encarregado" para "conseguir o cessar da usurpação, um governo de transição e eleições livres".

Foi reconhecido imediatamente por Estados Unidos, Canadá e uma dezena de países latino-americanos, enquanto Maduro recebeu o apoio de seus aliados Rússia, Cuba e China.

O presidente russo, Vladimir Putin, telefonou pessoalmente para Maduro para declarar seu "apoio às autoridades legítimas da Venezuela nas condições de agravamento da crise política provocada do exterior", segundo o texto oficial.

Maduro agradeceu o apoio durante um ato em Caracas no Tribunal Supremo de Justiça.

"Recebi um telefonema do presidente da Rússia, com quem conversei por 20 minutos. O presidente Putin, sempre solidário com a Venezuela, ofereceu todo o seu apoio à paz e à soberania da Venezuela", revelou o presidente socialista.

Em uma sessão sobre a Venezuela, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, pediu nesta quinta-feira que a Organização de Estados Americanos (OEA) reconheçam Guaidó.

Brasil, Argentina, Canadá, Estados Unidos e outros 12 países emitiram uma declaração na qual pediram que se garanta a proteção de Guaidó.

"Pedimos que se garanta a segurança e a proteção do Presidente encarregado, Juan Guaidó, e dos membros da Assembleia Nacional", disseram os países na declaração emitida no âmbito do encontro do Conselho Permanente da organização.

O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, expressou no Twitter seu apoio à declaração.
Os Estados Unidos pediram uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a Venezuela para o sábado.|em/Foto: Miraflores Palace/Direitos Reservados

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