MAURO PIMENTEL / AFP |
O corpo
do irmão mais velho de Lula , Genivaldo
Inácio da Silva, o Vavá , foi
enterrado no Cemitério Pauliceia, em São Bernardo do Campo, no ABC,
pontualmente às 13h desta quarta-feira. O sepultamento ocorreu poucos minutos
após a divulgação da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
Dias Toffoli, que autorizava Lula a deixar a prisão para acompanhar a cerimônia .
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Infelizmente não deu tempo para que o presidente pudesse se deslocar para dar o
último adeus ao Vavá. Nós já estávamos com corpo no túmulo (quando chegou a
notícia da decisão de Toffoli). Então não tinha como parar o enterro e as
condições do corpo não permitiam adiar (o enterro) - disse a senadora Gleisi
Hoffmann, presidente do PT.
Foto: Danilo Myoshioka / Agência O Globo |
A
cerimônia ocorreu sob protestos contra a ausência de Lula. Houve gritos de
“viva o Vavá” e “viva o Lula” e "Lula livre". Gleisi fez um breve
discurso em que classificou como "maldade" a negativa de duas
instâncias da Justiça de permitirem a presença de Lula no ato. Lula recorreu ao STF após negativas.
Gleisi
disse que talvez não valha a pena deslocar Lula até São Paulo, já que a família
pretendia visitá-lo nesta quinta-feira na Polícia Federal, em Curitiba.
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Infelizmente a ilegalidade começou com a Polícia Federal. O delegado, que foi o
delegado que tomou o depoimento do Lula naquela coercitiva ilegal em Congonhas,
foi o delegado que disse que a PF não tinha as condições. E o ministro Sérgio
Moro, que é o ministro responsável pela Polícia Federal não teve nenhuma
atitude para fazer prevalecer a lei. A gente lamenta muito isso.
Mais
cedo no Twitter, Gleisi havia criticado as justificativas dadas para negar a
presença de Lula no enterro: "Se não consegue garantir a segurança a um
velório, como a PF garantirá o combate ao crime organizado? O PT ofereceu
transporte ao Lula e aos agentes de segurança. Só tem duas palavras que resumem
essa decisão: incompetência e perseguição".
Além
de Gleisi, estavam no enterro o ex-candidato à Presidência Fernando Haddad, os
deputados Paulo Teixeira e Paulo Pimenta, o ex-senador Eduardo Suplicy, o
ex-presidente do PT José Genoíno, o ex-ministro Luiz Marinho.
Ao
longo da manhã, petistas e sindicalistas que organizaram o enterro diziam que
não pretendiam adiar a cerimônia. Nas redes sociais, reclamaram que até na
ditadura, o ex-presidente foi autorizado a acompanhar o enterro da mãe.
Vavá
morreu na terça-feira, aos 79 anos. Ele se tratava há mais de dois anos de um
tipo raro de câncer que ataca os vasos sanguíneos.A doença fez com que Vavá
tivesse que amputar a perna esquerda e evitasse visitas.|oglobo