Enquanto o presidente Jair Bolsonaro comemorou a decisão de Jean
Wyllys, que abriu mão de seu mandato de deputado federal e exilou-se devido às
ameaças contra sua vida, o vice-presidente, Hamilton Mourão, afirmou nesta
sexta-feira (25) que pessoas que ameaçam parlamentares cometem “um crime contra
a democracia”. A posição de Mourão é um confronto aberto com Bolsonaro e com o
silêncio do ministro da Justiça, Sérgio Moro, que não se maniffestou até agora
sobre o caso.
Mourão falou no final da manhã à saída de
seu gabinete de vice-presidente: “Quem ameaça parlamentar está cometendo um
crime contra a democracia. Uma das coisas mais importante é você ter sua
opinião e ter liberdade para expressar sua opinião”.
Ele defendeu o direito de divergência,
que tem sido a cada dia mais afrontado pelo clã Bolsonaro, e a imunidade
parlamentar: “Os parlamentares estão ali, eleitos pelo voto, representam
cidadãos que votaram neles. Quer você goste, quer você não gosta das ideias do
cara, você ouve. Se gostou bate palma, se não gostou, paciência”, acrescentou.
A resposta de Bolsonaro e seus filhos à
decisão de Wyllys foi a celebração aberta do exílio e o início de uma campanha
sórdida para tornar o episódio do suposto ataque a faca em setembro de 2018 num
"crime político" sob a responsabilidade o PSOL -e Wyllys.|brasil247/Foto: Valter Campanato/Agência Brasil