O ex-presidente dos Estados
Unidos George H.W. Bush, que governou de 1989 a
1993, durante o final da Guerra Fria, e venceu a primeira Guerra do Golfo,
morreu na noite de sexta-feira (30) aos 94 anos.
Após o anúncio de sua morte,
homenagens começaram a se multiplicar para este herói de guerra condecorado e
ex-diretor da CIA, que viu seu filho George seguir seus passos e chegar à Casa
Branca.
A morte de Bush ocorreu poucos
meses após o falecimento de sua esposa Barbara Bush, com quem foi casado por 73
anos. Eles tiveram cinco filhos e 17 netos.
“A Jeb, Neil, Marvin, e Doro me
entristece anunciar que depois de 94 anos extraordinários, o nosso amado pai
faleceu”, declarou o seu filho, o também ex-presidente George W. Bush, em um
comunicado publicado no Twitter por um porta-voz da família.
“George H. W. Bush foi um homem de grande
caráter e o melhor pai que um filho ou filha poderia pedir”, acrescentou.
A família informou que ele morreu
em Houston, Texas. Detalhes do funeral serão anunciados oportunamente, segundo
um porta-voz.
Provavelmente, o corpo do 41º
presidente dos Estados Unidos será levado para Washington para uma homenagem
nacional, e será enterrado no Texas, na Biblioteca e Museu Presidencial George
H.W Bush, onde neste sábado um grupo de estudantes se reuniu para prestar
homenagem.
De Buenos Aires, onde participa
da cúpula do G20, o atual presidente Donald Trump destacou a “liderança
inquebrável” de George H.W. Bush, que permanecerá nos anais da História por ter
decidido a participação dos Estados Unidos na libertação do Kuwait, após a
invasão deste país pelas tropas do líder iraquiano Saddam Hussein.
“Com sua autenticidade essencial,
inteligência afiada e compromisso inabalável com fé, família e país, o
presidente Bush inspirou gerações de compatriotas americanos ao serviço
público”, disse Trump em um comunicado.
“Os Estados Unidos perderam um
patriota e um humilde servo”, assegurou, por sua vez, Barack Obama, observando
que suas ações permitiram “reduzir o flagelo das armas nucleares e formar uma
ampla coalizão internacional para expulsar um ditador do Kuwait”.
Obama também estimou que George
W.H. Bush contribuiu “para acabar com a Guerra Fria sem um único tiro”.
“Nova ordem mundial”
Bush nasceu em 12 de junho de
1924 em Milton, Massachusetts, em uma rica dinastia política da Nova
Inglaterra. Mas deixou de lado sua carreira política para se alistar na Marinha
durante a Segunda Guerra Mundial.
Depois de passar brevemente pela
indústria do petróleo, entrou para o mundo da política nas fileiras do Partido
Republicano e em 1966 foi eleito para a Câmara dos Representantes, em
Washington.
Sua carreira foi impulsionada ao
ser nomeado diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), e mais tarde foi
vice-presidente por oito anos de Ronald Reagan.
Ao aceitar a indicação
republicana à presidência em 1988, Bush defendeu uma “nação mais amável”.
George H. Bush recebe Margaret Thatcher em Washington em novembro de 1988. — Foto: Paul Hosefros/The New York Times |
Na política internacional, Bush
se posicionou a favor de uma “nova ordem mundial” e conseguiu expulsar Saddam
Hussein do Kuwait em uma guerra de algumas semanas em 1990, liderando uma
coalizão de 32 países.
Em 1992, Bush, fracassou em sua
tentativa de reeleição diante do democrata Bill Clinton, e sofreu a ignomínia
de ser um presidente de um único mandato.
“Estou profundamente grato por cada minuto
que passei com o presidente Bush e vou sempre lembrar a nossa amizade como um
dos maiores presentes da minha vida”, afirmou Clinton em um comunicado.
Após se retirar da vida pública,
Bush se concentrou na filantropia. Se uniu a Clinton para arrecadar fundos para
as vítimas do tsunami asiático de 2004 e do terremoto do Haiti de 2010.
Em 2017, se juntou mais uma vez a
Clinton, Jimmy Carter, Barack Obama e seu filho George para conseguir fundos
após a passagem de um furacão pelo Texas.
Em 2011, Obama o condecorou com a
Medalha Presidencial da Liberdade, considerado o mais alto reconhecimento civil
nos Estados Unidos. [exame / Foto: REUTERS/Adrees Latif/File Photo
]