O ex-presidente e líder do
Partido Comunista de Cuba, Raúl Castro, recebeu 201 profissionais
cubanos que integravam o programa Mais Médicos no Brasil e que
chegaram a Havana. Acompanhado do segundo do partido, José Ramón Machado,
e de um grupo de líderes políticos, Castro foi até o avião para cumprimentar os
profissionais.
No último dia 14, o Ministério da
Saúde de Cuba anunciou o rompimento do acordo com
o Mais Médicos. O governo cubano informou discordar das exigências
feitas pelo governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro, e também sinalizou
incômodo com as críticas feitas por ele. Desde então, profissionais cubanos
deixam o Brasil.
A estimativa é que, de forma escalonada,
até dezembro, os outros 8.332 profissionais de Cuba vinculados ao Mais
Médicos regressem ao país de origem.
O diretor da Unidade Central de
Colaboração Médica de Cuba, Jorge Delgado, reiterou que o processo de retirada
dos profissionais da saúde do Brasil será "ordenado, seguro e
digno".
"Os médicos estão muito
dispersos, em mais de 2.500 municípios na grande extensão territorial do
gigante sul-americano, razão pela qual há vários dias começaram a transferir-se
de seus locais de residência até as cidades de onde partirão os voos para a
Ilha", afirmou Delgado referindo-se ao retorno para Cuba.
O primeiro grupo de 205
colaboradores sanitários que retornou ao país foi recebido pelo presidente
cubano, Miguel Díaz-Canel, que ressaltou o "desinteresse, altruísmo e
entrega plena" com que cumpriram sua missão nos lugares mais necessitados
de assistência sanitária no Brasil.
Programa
O Mais Médicos foi criado em 2013
pela então presidente Dilma Rousseff com o objetivo de garantir a
assistência médica a comunidades desfavorecidas nas comunidades e regiões
remotas do Brasil.
A presença cubana nessa iniciativa
foi estipulada por meio de um convênio com a Organização Pan-Americana da Saúde
(Opas) e representava mais da metade dos profissionais contratados pelo
programa.
De acordo com levantamento
do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), pelo menos 285 cidades e 36
Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) ficaram sem médicos em
equipes de prevenção com a saída de profissionais cubanos.
O Ministério da Saúde abriu nesta
semana edital para seleção de profissionais que substituirão os cubanos
que deixarão o Brasil. As inscrições ficam abertas até
o dia 7 de dezembro. [agenciabrasil / Foto reprodução]