Às vésperas da data em que se comemora o dia da
Consciência Negra, o Ministério Público da Bahia lançará na próxima
segunda-feira um aplicativo para rastrear o racismo no estado. Por meio do
"Mapa do Racismo" os usuários poderão denunciar de maneira anônima os
casos de discriminação.
A plataforma permite o envio de fotos, vídeos,
áudios e documentos digitalizados para integrar a denúncia. De acordo com o
Ministério Público, relatos de intolerância religiosa, racismo institucional e
injúria também serão aceitos pela plataforma.
A partir do
aplicativo, o órgão terá acesso aos casos com rapidez para demandar a atuação
de cada comarca. As ocorrências serão centralizadas pelo Centro de Apoio
Operacional dos Direitos Humanos (Caodh), um dos responsáveis pelo app, que
analisará os casos e encaminhará para os promotores responsáveis.
O
MP destaca que ainda que os usuários disponibilizem seus dados para o
"Mapa do Racismo", o sigilo é garantido.
—
Duas questões principais nos motivaram a lançar o aplicativo: primeiro, a
necessidade de compilar dados desses registros de racismo; e segundo, os
relatos de pessoas que diziam ter dificuldade de denunciar nas delegacias de
polícia e de acionar as autoridades para acompanhar esses fatos —
explicou a promotora Lívia Vaz, que coordena o Grupo de Atuação Especial de
Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis), que também é
um dos criadores do app.
Segundo
Vaz, o aplicativo também terá material informativo sobre racismo e intolerância
religiosa, produzido pelo próprio Ministério Público. Além disso, o app
também vai disparar alertas para os usuários com notícias sobre o tema.
— Se percebermos que algum município ou comarca
tem incidência maior de casos desse tipo, poderemos atuar tanto no sentido de
punir, mas também de prevenir essas ocorrências. Poderemos articular e
impulsionar uma política pública, trabalhar com os movimentos sociais a partir
desses dados — afirma Vaz.|oglobo / Foto reprodução