O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), foi
preso na manhã de hoje (29), na capital fluminense. A Polícia Federal realiza
ações no prédio do governador e também há agentes no Palácio Guanabara, sede do
governo fluminense, e no Palácio Laranjeiras, residência oficial. Os policiais
estão também na casa de Pezão em Piraí, no Vale do Paraíba, na região sul
fluminense.
A operação
é baseada na delação premiada de Carlos Miranda, operador financeiro do
ex-governador Sergio Cabral; além de Pezão, a força-tarefa da Lava Jato tenta
prender outras oito pessoas; Miranda acusa Pezão de receber mesadas de R$ 150
mil entre 2007 a 2014, quando era vice-governador. O esquema de pagamento
a Pezão incluiu também dois pagamentos de R$ 1 milhão em 2013. O primeiro,
segundo Miranda, teria sido pago em quatro parcelas no escritório do lobista
Paulo Fernando de Magalhães Pinto, em Ipanema. O segundo pagamento teria sido
feito pela construtora JRO.
Segundo o Ministério Público Federal,
Luiz Fernando Pezão operou esquema de corrupção próprio, com seus próprios
operadores financeiros. Há registros do pagamento em espécie a Pezão de quase
R$ 40 milhões, em valores de hoje, entre 2007 e 2015.
Na avaliação da força-tarefa da Lava
Jato, solto, Luiz Fernando Pezão poderia dificultar ainda mais a recuperação
dos valores, além de dissipar o patrimônio adquirido em decorrência da prática
criminosa.
Há ainda
mandados contra o ex-secretário de Obras do estado do Rio, Hudson Braga,
e dois homens apontados como operadores de um complexo esquema de segurança. As
operações começaram por volta das 6h da manhã envolvendo pelo menos três
viaturas e helicópteros que sobrevoam a região.
Pezão é o
terceiro governador do Rio de Janeiro preso e o primeiro em cumprimento do
mandato. Os ex-governadores Anthony Garotinho e Sergio Cabral foram presos.
Também foram detidos, anteriormente, o presidente da Assembleia Legislativa do
Rio, Jorge Picciani (MDB) e vários parlamentares da Casa. [brasil247 / Foto reprodução ]