A partir do dia 19
de novembro, Salvador vai perder o seu maior hotel em atividade. Quase três
anos após o fechamento do Hotel Pestana, agora é o Bahia Othon Palace Hotel,
localizado na orla de Ondina, que deve encerrar o funcionamento na cidade.
De acordo com o presidente da
Salvador Destination, Roberto Duran, a decisão do conselho diretor do
estabelecimento é de manter as portas abertas até o dia 18 do mês que vem.
Ainda segundo ele, a entidade tomou conhecimento do fechamento há
aproximadamente uma semana.
“Estávamos vendo se
conseguíamos reverter. Os funcionários ainda vão ser comunicados na próxima
sexta-feira”,
explicou Duran, por telefone, ao site.
Ele atribui a decisão à falta
de investimento no turismo brasileiro – principalmente, na divulgação dos
principais destinos do país, a exemplo de Salvador. “Isso foi causado pela
crise, pela falta de investimento do governo federal e do governo estadual, que
não veem o turismo como prioridade. O pouco que foi feito por Salvador não
conseguiu reverter por completo”.
Ainda conforme o presidente da
Salvador Destination (associação de empresas locais que tem como missão
promover e divulgar a cidade no segmento de eventos nacionais e
internacionais), entre 190 e 200 funcionários trabalham diretamente no Bahia
Othon Palace, que conta com 284 apartamentos.
Menos
um centro de convenções
Além do prejuízo com a perda de mais um hotel, o presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (Febha), Silvio Pessoa, destaca que a capital baiana deixa de ter mais um centro de convenções.
Além do prejuízo com a perda de mais um hotel, o presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (Febha), Silvio Pessoa, destaca que a capital baiana deixa de ter mais um centro de convenções.
Agora, são considerados grandes
centros de convenções apenas os dos hotéis Fiesta, no Itaigara, e Gran Hotel
Stella Maris, em Stella Maris.
“Ele (Othon) tinha um centro de
convenções para até três mil pessoas. Isso vai fazer uma falta enorme para a
cidade de Salvador. É uma péssima notícia”, afirma.
Na avaliação de Pessoa, o fim
das atividades do Othon também está relacionada ao grande incentivo para a
construção de hotéis nos anos que antecederam a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Para ele, não houve estudos de viabilidade econômica.
“Além disso, não tem promoção
no exterior. A Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) tem apenas 17 milhões
de dólares para promover o turismo brasileiro no exterior por ano, enquanto o
México tem US$ 470 milhões e o Peru investe US$ 70 milhões. Ou seja, nós não
investimos no turismo porque não é prioridade para a Bahia, para Salvador, para
o Nordeste”, critica.
Todo
mundo no vermelho
Segundo Roberto Duran, dos 404 hotéis de Salvador, pelo menos 401 vêm operando no vermelho há quatro anos. O presidente da Salvador Destination preferiu não revelar quais são os estabelecimentos que não vêm tendo prejuízo.
Segundo Roberto Duran, dos 404 hotéis de Salvador, pelo menos 401 vêm operando no vermelho há quatro anos. O presidente da Salvador Destination preferiu não revelar quais são os estabelecimentos que não vêm tendo prejuízo.
“Ou seja, eles estão pagando
para manter as portas abertas. Houve uma melhora no segundo semestre de 2017 e
no início deste ano, mas ainda não foi suficiente. Por isso, esperamos não ter
nenhuma outra surpresa”, conclui. [Informações e fotos do correio24h]