A soprano espanhola Montserrat Caballé morreu na madrugada deste sábado
(6) no Hospital Sant Pau, em Barcelona. Caballé, que tinha de 85 anos, estava
internada desde setembro.
O velório será realizado a partir das 14h de domingo no Funeral de les
Corts e o funeral, na segunda, segundo o jornal espanhol El País.
A soprano estreou profissionalmente em 1956, fez mais de 4 mil
apresentações e era uma das últimas grandes divas da ópera - homeagem que ela
rejeitou, em entrevista ao El País em 2014:
"Eu não me considero uma lenda da ópera, nem a
última diva, como os jornalistas às vezes escrevem. Cada época tem seus divos
e, no meu caso, a única coisa que fiz foi fazer bem o meu trabalho, da melhor
forma possível, no mais alto nível".
Considerada por muitos críticos como a melhor soprano do século 20,
Caballé ganhou um Grammy e o Príncipe das Astúrias das Artes, a mais alta
distinção concedida na Espanha, em 1991.
Caballé dividiu o palco com todos os grandes artistas e disse na mesma
entrevista ao jornal espanhol ter uma química especial com três deles:
Pavarotti, Plácido Domingo e José Carreras.
"Quando Manon Lescaut cantou com Plácido Domingo, que foi maravilhoso,
ele me disse que descobriu um novo mundo cantando comigo e aconteceu a mesma
coisa comigo. Com José Carreras eu tive um relacionamento muito especial,
ficamos encantados ouvindo um ao outro. E, com Luciano Pavarotti, era como um
pai", afirmou a soprano.
Uma
das incursões de Montserrat Caballé no universo da música pop rock aconteceu em
1988, quando gravou com Freddie Mercury, dos Queen, o álbum “Barcelona”, do
qual fazia parte o tema homónimo, que acabou por ser tornar o tema oficial dos
Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992.| Foto de 17 de novembro de 2006 mostra a soprano espanhola Montserrat Caballe (à esquerda) durante apresentação com a sua filha, Montserrat Marti, no aniversário de seus 50 anos de palco, comemorados em Basel, na Suíça — Foto: Georgios Kefalas/Keystone via AP