Mais de 1,2 mil juristas, advogados, ex-ministros e professores de Direito assinaram um manifesto em favor do candidato à presidência Fernando Haddad (PT), diante do atual cenário político. O manifesto pela vitória do petista foi divulgado nesta terça-feira (16). O manifesto destaca uma frase de Martin Luther King: “O que me preocupa não é o grito dos maus, é o silêncio dos bons”. “Todos os povos têm momentos de união em torno de temas civilizatórios. A união se dá em torno de assuntos que transcendem para além dos interesses individuais, corporativos e partidários”, diz o texto.

Entre os signatários do ofício, estão o ex-ministro da Justiça do governo FHC, José Carlos Dias; Eugênio Aragão, José Eduardo Cardozo, Tarso Genro; ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Sepúlveda Pertence;  Marcelo Lavenère, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); Alberto Toron, advogado ligado ao PSDB; e Belisário dos Santos Júnior, ex-secretário de Justiça no governo de Mário Covas (PSDB). Os juristas afirmam que Haddad é “o único, nesse segundo turno, capaz de garantir a continuidade do regime democrático e dos direitos que lhe são inerentes, num ambiente de paz, de tolerância e de garantia das liberdades públicas”.

“Pensamos diferentemente sobre tantos temas. Temos crenças, valores, ideias sobre tantos assuntos, mas em alguns pontos chegamos ao mesmo lugar e isto é inegociável. Este lugar, este ponto sobre o qual não discordamos, é algo chamado democracia, que engloba a preservação daquilo pelo qual todos nós lutamos há tantas décadas — a dignidade das pessoas, o respeito aos direitos humanos e a justiça social”, informa os signatários. Os assinantes do documento destacam que os “avanços civilizatórios são como degraus”. “Subimos um a um. Unimo-nos para ajudar a todos nessa subida. Tolerância, solidariedade, direitos iguais e respeito às diferenças. É isso que nos move e é o combustível de todos os povos e nações que vivem e convivem em democracia. A democracia não existe sem pluralismo político, social e moral, algo inevitável numa sociedade complexa como a nossa. A democracia só aceita disputas entre adversários, não entre inimigos, só admite a política, não a guerra, formas pacíficas de disputa, não violentas. A democracia só existe limitada pelos direitos dos indivíduos e das minorias, para que não se torne uma ditadura da maioria. Democracia é a paz com voz”, declara os juristas.|Ricardo Stuckert

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