O
candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad,
disse hoje (13), em visita ao conjunto habitacional Promorar Raposo
Tavares, na zona oeste paulistana, que, se for eleito, retomará o Programa
Minha Casa, Minha Vida, entregando 500 mil unidades por ano. Ele disse que
pretende destinar áreas da União das grandes cidades para a construção das
casas.
“Uma
das críticas que o programa recebeu é que as casas em geral eram construídas um
pouco afastadas dos grandes centros urbanos, onde está o emprego”, declarou em
entrevista à imprensa.
Haddad falou também que pretende
priorizar coletivos de cultura da periferia em uma eventual vitória no segundo
turno. Ele citou uma iniciativa tomada quando era prefeito de São Paulo, na
qual parte do orçamento da Cultura para a produção cultural das periferias foi
“carimbada”.
“Hoje você vê aqui em São Paulo
a periferia é a que mais produz cultural e nem sempre recebe apoio público,
então uma parte do orçamento voltado para produção cultural vai ser destinado
para coletivos de periferia, inclusive parte da Lei Rouanet”, prometeu.
Haddad disse ainda que pretende
refinanciar os devedores do Programa de Financiamento Estudantil (Fies). “Não
dá pra estudante ficar inadimplente. Estudantes não estão conseguindo pagar o
Fies por causa do desemprego. Não é porque não querem. Estão se formando e não
conseguem emprego. A primeira providencia é criar emprego para quem sai da
faculdade”, defendeu.
Autocrítica
Haddad voltou a dizer que pretende
reforçar mecanismos de controle interno em órgãos públicos e estatais. “O
Ministério [da Educação] que eu comandei por quase 7 anos tinha uma
controladoria muito forte, então não tivemos casos de corrupção no ministério, que
tinha R$ 100 bilhões de orçamento”, afirmou.
Ele avalia que faltou controle nos
órgãos federais. “Diretores ficaram soltos para promover corrupção e se
enriquecer pessoalmente”, apontou. Ele disse ainda que considera que erros
cometidos por dirigentes do PT devem ser julgados, desde que garantido o
direito de ampla defesa, e “se concluir que alguém enriqueceu tem que ir pra
cadeia”.
O candidato cobrou também a presença
de seu adversário Jair Bolsonaro (PSL) nos debates televisivos. “Eu lamento,
porque alguém que queira presidir o país tem que apresentar um projeto para o
país. Tem que passar pelo crivo do debate, do contraditório, inclusive para
esclarecer o que ele vem dizendo para pleitear a Presidência da República”,
declarou.|agenciabrasil / Foto Rovena Rosa/Agência Brasil