O tradicional desfile da Independência atraiu pelo menos 30 mil pessoas à Esplanada dos Ministérios na manhã desta sexta-feira (7/9), segundo a Polícia Militar do DF. Destas, 25 mil estavam nas arquibancadas. Eram esperadas cerca de 20 mil. A festa foi bonita, sem incidentes.

O público começou a chegar cedo e lotou a Esplanada. No palanque das autoridades, o presidente Michel Temer (MDB) estava acompanhando da primeira-dama, Marcela Temer, do filho Michelzinho, do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e ministros. O menino chamou a atenção ao imitar uma arma com as mãos.

Populares vaiaram fortemente quando o presidente foi anunciado e o locutor disse que ele estava sendo recebido por Rollemberg. A recepção do chefe do Executivo nacional também foi feita pelo general Joaquim Silva e Luna, ministro da Defesa. Como as arquibancadas foram montadas bem longe do palanque, o emedebista não ouviu os protestos.

Antes de iniciar o desfile, houve a execução do Hino Nacional. A Esquadrilha da Fumaça escreveu no ar “Pátria amada Brasil” no céu azul da capital. As atrações que passavam eram muito aplaudidas pelo público.

Por volta das 10h30, haviam passado pela Esplanada as tropas motorizadas da Marinha do Brasil, do Exército Militar, do Corpo de Bombeiros e estudantes de escolas da rede pública, além da PM do Distrito Federal. A Esquadrilha da Fumaça, da Força Aérea Brasileira (FAB), encerrou o evento, que custou R$ 816,8 mil ao Planalto, mais que os R$ 787,5 mil investidos no ano passado.
Filas
O público deu um show de patriotismo. Por volta das 8h, as filas começavam a se formar nos portões de acesso às arquibancadas do desfile. A organização distribuiu bandeirinhas do Brasil a todos que acessavam a entrada. Pessoas de outros estados e até de países vizinhos percorreram vários quilômetros até Brasília para acompanhar o evento.


Às 8h50, já era difícil encontrar algum lugar vago para acompanhar a parada cívica e militar. Alguns visitantes precisaram se escorar nas grades para conseguir ver as atrações.
Com a mochila nas costas, o argentino Juan Garcia Gonzales, 30 anos, chegou ao Distrito Federal na quinta-feira (6). “Vim ao Brasil manifestar a favor do ex-presidente Lula e estava em Curitiba. Decidi que queria participar desse momento e aqui estou. É a minha primeira vez. No país em que vivo, a política está muito ruim. Acreditamos que o Brasil tem muita interferência na política da América do Sul e, por isso, quero acompanhar de perto”, disse.

A enfermeira Eudilene Ferreira, 39, levou os filhos Heloísa Maria, 9, e Luiz Henrique, 7, para o evento. Moradores de Arniqueiras, eles saíram de casa por volta das 8h. “Estavam ansiosos. Ainda conseguimos um lugar na arquibancada. Nós já viemos outros anos e como estamos indo embora para a minha cidade natal, em São Luís, Maranhão, queremos continuar com as lembranças daqui. É uma questão cultural. Um evento maravilhoso”, comentou.
A aposentada Marli Vieira, 68, saiu de Planaltina às 7h direto para a Esplanada dos Ministérios. Havia duas décadas que ela não acompanhava os festejos da Independência. Por isso, fez questão de vestir as cores da bandeira brasileira. “Ver tudo isso já vale o sacrifício. Na véspera, nem consigo dormir direito. Apesar do momento político que o nosso país vive, esse é um evento muito tradicional. Eu vim sentir o clima do brasileiro na rua”, afirmou.

Temer participou do último 7 de setembro de seu mandato. Pelo terceiro ano consecutivo, o presidente optou por não fazer desfile em carro aberto. O presidente estava acompanhado de ministros como Eliseu Padilha e Raul Jungmann, da Casa Civil e Segurança Nacional, respectivamente. Por volta das 11h20, o presidente se retirou da Esplanada. Em seguida, a Esquadrilha da Fumaça deu seu show.

A parada deste ano tem como tema “Celebre a História da Nossa Independência”.  Ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que lutaram na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), participam do desfile. O percurso é de dois quilômetros, no sentido Palácio do Planalto/Rodoviária do Plano Piloto.|metropoles / Marcelo Camargo/Ag. Brasil

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