A presidenciável
Marina Silva (Rede) disse, em entrevista à Rádio Metrópole,
que tem virado um “saco de pancadas” por ser evangélica. Ela reafirmou que
defende o plebiscito para discutir aborto, mas ressaltou que se mantém contra o
procedimento.
“Quem
contribuiu para o Estado ser laico foram os protestantes. Foi com a reforma
luterana que o Estado se afastou da Igreja. Estado laico é uma benção para
todos, independentemente de ser evangélico, espírita, ateu, todos devem ter
seus direitos defendidos. Eu sou cristã, mas tenho uma relação excelente com
meus irmão católicos. Quase fui freira. Não escondo a minha fé. […] Nunca tive
uma atitude de preconceito contra quem quer seja. Agora, por eu ser evangélica,
as pessoas me colocam como saco de pancada como se eu fosse uma
fundamentalista. Isso também é uma forma de preconceito”, afirmou.
Segundo
Marina, foi após virar evangélica que surgiram questionamentos sobre o fato de
ela ser contra o aborto. “Sempre fui contra […] até quando eu era católica,
[mas] pouco questionavam. Depois que virei evangélica, sou questionada de
manhã, de tarde e de noite. O [Geraldo] Alckmin que é contra o aborto,
católico, ninguém pergunta. Não tenho nenhum problema de responder. […] É um
tema polêmico. Na maioria dos países, é feito por plebiscito. Não é o
presidente que convoca o plebiscito, o Congresso que convoca, então é nesse
sentido que estou falando”, ressaltou, ao pontuar que é contra qualquer tipo de
discriminação.
Sobre o
adversário Jair Bolsonaro (PSL), ela acredita que a intenção de votos do
capitão reformado é resultado da “decepção do povo brasileiro”.
“Bolsonaro
sofreu esse atentado. Ninguém pode agredir, mas a proposta dele foi
desmoralizada. Ele defende distribuição de armas, ele estava com vários
policiais federais, militares, e uma guarda dele particular enorme e isso não
impediu que alguém chegasse com uma faca e o atingisse. Infelizmente, essas
coisas acontecem e mostram o quanto essa ideia de distribuir armas está errada.
Se nem a vida dele foi protegida mesmo armado, imagine um cidadão, como é que
vai se defender dos bandidos?”, questionou.| Foto : Geraldo Magela / Agência Senado