O
presidente Michel Temer fez, nesta terça-feira (25), o último discurso como
presidente do Brasil na Assembleia Geral da ONU, e defendeu o aprimoramento da
ordem internacional diante de "forças isolacionistas", “velhas
intolerâncias”, e “recaídas unilaterais”.
A tradição de o
Brasil abrir o debate da Assembleia geral da ONU foi iniciada há sete décadas
pelo diplomata brasileiro Oswaldo Aranha.
Além de fazer observações sobre a ordem mundial, Temer falou da
transição de poder no Brasil.
"Transmitirei a meu sucessor as funções
presidenciais com a tranquilidade do dever cumprido", afirmou.
"Dissemos não ao populismo e vencemos a pior recessão de nossa
história – recessão com severas consequências para a sociedade, sobretudo para
os mais pobres. Recolocamos as contas públicas em trajetória responsável e
restauramos a credibilidade da economia”, afirmou.
O presidente disse que o Brasil voltou a crescer e a gerar empregos.
“Programas sociais antes ameaçados pelo descontrole dos gastos puderam ser
salvos e ampliados. Portanto. devolvemos o Brasil ao trilho do
desenvolvimento", disse.
"O País que entregarei a quem o povo brasileiro venha a eleger é
melhor do que aquele que recebi. Muito ainda resta por fazer, mas voltamos a
ter rumo", afirmou.
Isolacionismo
Temer defendeu o aprimoramento da ordem internacional construída ao
longo de décadas que, segundo ele, tem servido às "causas maiores da
humanidade".
“Vivemos tempos toldados por forças isolacionistas.
Reavivam-se velhas intolerâncias. As recaídas unilaterais são cada vez menos a
exceção. Mas esses desafios não devem – não podem – nos intimidar” disse.
“Isolacionismo, intolerância, unilateralismo: a cada uma dessas tendências,
temos que responder com o que nossos povos têm de melhor”.
O presidente brasileiro afirmou que o país “responde com mais
abertura" e "mais integração” ao isolacionismo.
“No Mercosul, reafirmamos a vocação democrática do bloco, derrubamos
barreiras comerciais e assinamos novos acordos. Impulsionamos a aproximação com
os países da Aliança do Pacífico, buscando uma América Latina cada vez mais
unida – como, aliás, determina nossa Constituição. E revitalizamos ou iniciamos
negociações comerciais com parceiros de todas as regiões – União Europeia,
Associação Europeia de Livre Comércio, Canadá, Coreia do Sul, Singapura,
Líbano, Marrocos, Tunísia”, disse.|g1/ Foto: Carlo Allegri/Reuters / Foto: Reuters/Shannon Stapleton