O Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia vai lavrar
Termos de Ocorrência para apurar a compra de diplomas e medalhas, por parte de
prefeitos e vereadores – que são vendidos por empresários espertalhões, a
título de honraria, por suposto destaque na administração municipal ou
desempenho nas câmaras em cidades do interior do Brasil. O TCM vai instaurar
processo para que prefeitos e presidentes de câmaras municipais devolvam aos
cofres públicos os recursos gastos com a taxa de inscrição para a “cerimônia de
entrega da honraria”, assim como os valores gastos de recursos públicos com
diárias, hospedagem e transporte para o local do evento.
A decisão de instaurar a investigação para punir os gestores
públicos baianos envolvidos foi tomada nesta segunda-feira (06/08) pelo
presidente do TCM, conselheiro Francisco de Souza Andrade Netto, após
reportagem exibida pela Rede Globo de Televisão, no programa “Fantástico”, no
último domingo, denunciando a verdadeira indústria de venda de homenagens que
existe no país que atrai – e em alguns casos ilude – gestores públicos de
municípios de todo o país. A reportagem comprovou a venda de “diploma de mérito
e medalha” ao mostrar um jumento – que foi identificado como administrador
municipal – sendo homenageado como um dos “Cem melhores prefeitos do país”.
Numa apuração preliminar feita pelo TCM, 26 prefeituras e 30
câmaras municipais baianas pagaram pelas distinções negociadas pelas empresas
“União Brasileira de Divulgação – UBD” e “Instituto Tiradentes”, nos anos de
2017 e 2018. Os diplomas e medalhas custaram um total R$92.983,00.
O “Instituto Tiradentes” foi mais ativo, arrecadou R$80.833,00 nos
municípios – 13 prefeituras em 2017 e 26 câmaras no mesmo ano. Em 2018 vendeu
prêmios para 12 prefeituras e 10 câmaras. Já o UBD teve como clientes oito
prefeitos em 2017 e dois prefeitos em 2018. E ganhou R$12.150,00.|Foto
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