A
cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) está organizando um ato de protesto em
Curitiba (PR), em 18 de julho, para marcar os 100 dias de prisão do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato ao Palácio do Planalto.
Após
a frustrada tentativa de tirar Lula da cadeia,
que escancarou a divisão no Judiciário, a ordem do comando petista é para que
os manifestantes associem a data do protesto ao aniversário do ex-presidente
sul-africano Nelson Mandela. Morto em 2013, o líder da luta contra o apartheid
faria 100 anos em 18 de julho de 2018. Os 100 dias da prisão do ex-presidente,
porém, se completam no 15º dia deste mês.
Lula lidera as
pesquisas de intenção de voto e já comparou sua situação à de Mandela. Em 24 de
janeiro, por exemplo, horas depois do julgamento do Tribunal Regional Federal
da 4ª Região (TRF-4), que ampliou sua pena para 12 anos e 1 mês de reclusão, o petista fez um
discurso inflamado, na Praça da República, no centro de São Paulo, dizendo que
voltaria ao Palácio do Planalto.
“Prenderam
o Mandela. Ele ficou preso por 27 anos, mas nem por isso a luta diminuiu. Ele
voltou e foi eleito presidente”, declarou. “Vou avisar a elite brasileira:
esperem, porque nós vamos voltar”, completou.
O
PT vai insistir no argumento de que Lula é “preso político”, como foi Mandela,
que após deixar a prisão governou a África do Sul de 1994 a 1999.
Dirigentes
do partido preparam manifestações em todo o país. O calendário de mobilização,
aprovado nesta segunda-feira (9/7) pela cúpula da legenda, prevê uma série de
atividades até 15 de agosto, quando a sigla pretende registrar a candidatura de
Luiz Inácio Lula da Silva – embora tudo indique que sua entrada no páreo será
barrada pela Lei da Ficha Limpa. Para o dia da inscrição de Lula no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), os petistas programaram um “grande ato”, em Brasília.
Na
sexta-feira (13/7), militantes do PT planejam se concentrar diante do TRF-4, em
Porto Alegre, em mais uma tentativa de chamar a atenção para a prisão do
ex-presidente. O ato foi batizado como “Dia Nacional de Luta por #LulaLivre” e
deverá ocorrer também em outras capitais.
A
estratégia do partido consiste em acumular força para chegar à eleição com a
narrativa da perseguição contra Lula. A avaliação da legenda é a de que, se ele
não puder ser candidato, terá grande poder de transferência de votos como cabo
eleitoral. Embora o discurso oficial do PT seja que não existe “plano B” para
substituir o petista, o mais cotado para ser o seu herdeiro na chapa é o
ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.|metropoles / Foto Daniel Ferreira