Israel
resgatou cerca de 800 pessoas, membros da Defesa Civil Síria e suas
famílias, de uma zona de combate no sul da Síria, informou neste domingo
(22/07) o Exército de Israel, ressaltando que a ação foi um "gesto
excepcional humanitário”.
As
pessoas corriam risco de vida, tendo fugido de uma área no sul da Síria
alvejada pelas forças do governo sírio, e foram salvas por ordem do governo
israelense e a pedido de Estados Unidos, Canadá e alguns países europeus. Elas
foram levadas primeiramente para a Jordânia, de onde devem seguir dentro dos
próximos três meses para Alemanha, Reino Unido e Canadá, onde receberão asilo.
Os
resgatados trabalhavam voluntariamente na Defesa Civil Síria, grupo
conhecido popularmente como Capacetes Brancos, que atua nas áreas
controladas pelos rebeldes, resgatando vítimas da guerra síria. Eles fugiam das
zonas alvejadas pelas tropas do governo de Damasco.
O
Exército da Síria iniciou uma grande ofensiva em junho no sul da Síria e
avançou nas últimas semanas, tomando muitas localidades. Muitas pessoas fugiram
para a zona fronteiriça junto às Colinas de Golã, ocupadas por Israel. O país
tem dado assistência médica nos últimos anos a milhares de feridos, mas esta é
a primeira vez nos sete anos de guerra civil síria que Israel permite que
sírios fujam da guerra através de seu território.
Fundada
em 2013 para o socorro a civis nas áreas controladas pela oposição na Síria,
onde há falta de serviços de emergência, os voluntários da ONG resgatam
sobreviventes de prédios bombardeados, combatem incêndios e oferecem primeiros
socorros. Eles também treinam pessoas na busca de abrigo durante ataques aéreos
e reparam a infraestrutura danificada pela guerra.
Autoridades
sírias e meios de comunicação acusaram repetidamente os Capacetes Brancos de
ter ligações com os rebeldes e os auxiliarem.
O
grupo nega as acusações, afirmando ser neutro e ter fins humanitários. A ONG
já registrou centenas de mortes entre seus voluntários durante trabalho. A
organização ganhou em 2016 o Right Livelihood Award, também conhecido
como "Prêmio
Nobel Alternativo".
Israel
diz que não tomou partido na guerra civil síria, mas tem bombardeado
repetidamente alvos no país devastado pela guerra,
principalmente carregamentos de armas para o Hisbolá – um grupo militante
libanês e rival regional – e instalações usadas por forças do Irã.
"Israel
continua a manter uma política de não intervenção em relação Conflito sírio e
continua a responsabilizar o regime sírio por todas as atividades em território
sírio", afirmou o Exército de Israel neste domingo.
O
ministro do Exterior da Alemanha, Heiko Maas, confirmou que a Alemanha vai
acolher os membros dos Capacetes Brancos. "É um imperativo de
humanidade que muitos desses corajosos socorristas agora encontrem proteção e
refúgio, alguns deles na Alemanha", disse Maas, ao jornal Bild. Segundo o periódico, a
Alemanha acolherá cerca de 50 dos refugiados.|dw / Fotos Sultan Kitaz/Reuters