Uma das principais decisões da combativa Conferência Nacional de
Luta Aberta de Luta Contra o Golpe, realizada nos dias 21 e 22 passados, em São
Paulo, foi a de realizar uma grande mobilização contra o golpe e pelo registro
da candidatura de Lula, no próximo 15 de agosto, data em que o Partido dos
Trabalhadores decidiu protocolar o pedido de registro da candidatura
presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A proposta
de realizar uma manifestação nessa data com ampla participação de organizações
operárias e populares já foi encampada por grandes organizações de luta contra
o golpe como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central de Movimentos
Populares, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), entre outras
organizações, que também integram a Frente Brasil Popular, que apoia a
mobilização.
Na
Conferência, as centenas de participantes aprovaram, por unanimidade, não só a
unificação de todos os setores que lutam contra o golpe em torno desta
iniciativa, como também mobilizar entre 5 mil e 10 mil pessoas organizadas e
mobilizadas pelos próprios Comitês de luta contra o golpe, pela anulação do
impeachment, por Lula Livre etc. de todo o País para comparecerem em Brasília,
em frente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nova
rodada de pesquisas, como a que foi divulgada ontem pela CUT, do Instituto Vou
Populi, apontam que o apoio popular a Lula não pará de crescer, apesar do
esforço que a direita golpista e sua venal imprensa golpista fazem para
esconder a candidatura de Lula e pressionar o PT e demais organizações que
apoiam Lula a se bandearem para o apoio a outros candidatos, abutres que ficam
à espreita de que Lula seja impedido de participar do processo eleitoral.
Mesmo
com a anunciada “unificação” dos principais partidos golpistas em torno da
candidatura de Alckmin (do PSDB), o mesmo, não alcança 5% das intenções de voto
e assim como os demais candidatos da burguesia não tem qualquer apoio popular
real. Enquanto a candidatura Lula teria chegado a 41% das intenções de voto
– segundo o Vox Populi – todos os demais candidatos juntos, somam apenas
29%.
A
decisão dos Comitês aponta no sentido de aproveitar a crise que impulsiona a
divisão da direita e a enorme fragilidade do governo golpista que mesmo
apoiando a candidatura do PSDB, sequer pode anunciar tal decisão, uma vez que o
candidato apoiado por Temer, perderia até mesmo “os votos que não tem”.
A
situação só tende a se agravar com a evolução da crise econômica e as
tendências de mobilização presentes entre os trabalhadores como se viu
na claramente na recente greve dos caminhoneiros. A direita golpista não
consegue conter a crise econômica e precisa realizar eleições fraudulentas, sem
Lula, para tentar “eleger” um presidente marionete do imperialismo norte
americano que leve adiante a ofensiva contra a economia nacional e contra a
classe trabalhadora. Dentre outras medidas, aprovando a “reforma” da
Previdência, fazendo vigorar em larga escala a “reforma” trabalhista,
realizando as privatizações, garantindo as demissões em massa, violentos cortes
nos gastos sociais etc. e, para impor tudo isso, impor uma violenta repressão
contra os trabalhadores e suas organizações, como os sindicatos, que já são
alvo de um duro ataque, com o fim da contribuição sindical, pesadas multas nas
greves etc.
A
política da Conferência e de todas essas organizações dos explorados
de marchar à Brasília no próximo dia 15 de agosto, exigir do TSE o
registro da candidatura de Lula e do STF e do judiciário golpista como um todo,
a sua imediata libertação, se opõe, acertadamente, à posição reacionária dos
setores da esquerda pequeno burguesa e burguesa que defendem o chamado “plano
B”, ou seja, a política reacionária de abandonar a luta pela liberdade de
Lula e apoiar uma política de conciliação com os golpistas, aceitando-se
eleições fraudulentas – sem Lula – e, inclusive – apoiando um candidato apoiado
pelo regime golpista, como Ciro Gomes, que a cada dia recebe elogios de setores
da direita para ser o pseudo candidato da esquerda.
Não
há tempo a perder. Organizar a partir de cada Comitê, de cada sindicato,
associação popular, estudantil etc. caravanas para levar dezenas de milhares de
pessoas a Brasília, avançando no sentindo de uma ampla mobilização, que aponte
no sentido de uma rebelião
popular contra o golpe, pela anulação do impeachment e de
todas as “reformas” e medidas do regime golpista, única arma capaz de derrotar
as instituições do regime golpista, libertar Lula e garantir sua presença nas
eleições, como único candidato capaz de unir a esquerda e as organizações de
luta dos explorados e derrotar o golpe de estado.| causaoperaria