O corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro João Otávio de Noronha, determinou a abertura de um procedimento para apurar as condutas dos três principais personagens do embate jurídico em torno do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último domingo: o desembargador plantonista Rogério Favreto, o relator da Lav Jato na segunda instância, João Pedro Gebran Neto, e o juiz Sergio Moro. Ao todo, oito representações foram apresentadas ao CNJ contra Favreto e duas contra Moro. Segundo a assessoria do corregedor, todas as ações serão analisadas de maneira conjunta "já que se trata de uma apuração mais ampla dos fatos". "O Pedido de Providências será autuado e os trabalhos de apuração iniciados imediatamente pela equipe da Corregedoria Nacional de Justiça", diz a nota da assessoria. Não há prazo para que essa análise seja concluída. Após essa etapa, o plenário do CNJ pode decidir pela abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra os magistrados, que, por sua vez, podem receber  punições que variam desde uma advertência até aposentadoria compulsória.

No último domingo, Favreto, que estava de plantão no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), concedeu liberdade a Lula. Moro, que estava de férias, afirmou que o desembargador não tinha competência para deliberar sobre o assunto e não atendeu à ordem. Em seguida, Gebran Neto, relator do caso do ex-presidente, revogou a decisão de Favreto, que insistiu na soltura. A confusão só teve fim depois que o presidente do TRF-4, Thompson Flores, se posicionou e manteve a prisão do ex-presidente. Enquanto isso, a Polícia Federal não cumpriu qualquer decisão. O Valor apurou que o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, a quem a PF responde, foi orientado por Thompson Flores a não liberta Lula.|valor / reprodução

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