Aos 60 anos, Marina Silva tenta, pela terceira vez
consecutiva, eleger-se presidente do Brasil. Nas eleições de 2014, acomodada de
última hora no PSB, chegou a figurar no topo das pesquisas, mas acabou em
terceiro lugar. Hoje candidata pela Rede Sustentabilidade, legenda que criou em
2015, enfrentará condições precárias: aparições-relâmpago de oito segundos na
televisão e direito a uma ínfima parcela da verba pública destinada a financiar
as campanhas eleitorais. Em segundo lugar nas pesquisas, Marina acredita que a
indignação popular, consequência dos escândalos de corrupção, terá peso
fundamental nestas eleições, mas diz desejar que esse sentimento não “ceda ao
radicalismo”. Para a ex-senadora, as intenções de voto atribuídas a seu
principal oponente, o deputado Jair Bolsonaro (PSL), são expressão de protesto
que tende a arrefecer quando as pessoas perceberem que “saídas mágicas para o
Brasil não têm base na realidade”. Veja abaixo algumas das respostas e leia em
VEJA desta semana a entrevista na
íntegra.
Em que medida a crise
política do Brasil tem relação com o apoio de parte do eleitorado a um
candidato com o perfil radical de Bolsonaro? A sociedade está indignada. Não consegue mais
aceitar que o dinheiro que deveria estar indo para uma creche está sendo
desviado pela corrupção. Um primeiro momento da indignação sai muitas vezes
como um berro de protesto. Mas ninguém fica berrando o tempo todo. Chega uma
hora em que a consciência sussurra mais alto, e as pessoas começam a perceber
que as saídas mágicas não têm base na realidade.| Paulo Vitale/VEJA