O empresário e ex-ministro Eliezer Batista morreu na noite
desta segunda-feira (18), aos 94 anos. Ele estava internado no Hospital
Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Engenheiro, Eliezer foi, entre outros
cargos, presidente da Vale do Rio Doce, ministro de Minas e Energia, em 1962, e
secretário de Assuntos Estratégicos do governo Fernando Collor de Mello em
1992.
Batista também participou do segundo
governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como membro do Conselho
Coordenador das Ações Federais no Rio de Janeiro.
Empresário
no ramo da mineração e natural de Nova Era (MG), Eliezer era pai do também
empresário Eike Batista e outros seis filhos.
No ramo
empresarial, Eliezer foi diretor-presidente da Minerações Brasileiras Reunidas
S.A., vice-presidente da Itabira International Company, diretor da Itabira
Eisenerz GMPH, presidente da Rio Doce Internacional (subsidiária da Vale em
Bruxelas).
Depois de
retornar à presidência da Companhia Vale do Rio Doce, em 1979, Batista
desenvolveu o Projeto Ferro Carajás, primeira iniciativa de exploração das
riquezas da província mineral dos Carajás, com áreas do Pará até o Xingú, Goiás
e Maranhão.
Eliezer
também foi um dos fundadores, em 1997, do Conselho Empresarial Brasileiro de
Desenvolvimento Sustentado (CEBDS).
Vale lamenta morte
Em nota,
a Vale lamentou o falecimento de Eliezer Batista, "primeiro empregado de
carreira a ocupar o principal posto na empresa".
"Presidente por duas vezes, Eliezer preparou a
então Companhia Vale do Rio Doce para o crescimento que ocorreria a partir da
década de 1980, criando uma estratégia de comercialização de minério em grandes
volumes e a longo prazo com as siderúrgicas japonesas", diz o texto.
"Estamos consternados. Nosso maior
engenheiro, o homem que teve a visão de preparar a Vale para ser a empresa que
conhecemos hoje, se foi. Eliezer Batista, que um dia recebeu a alcunha de
'Engenheiro do Brasil', bem que poderia ser conhecido por: 'o Construtor da
Vale'. Sim, temos orgulho de dizer que fomos a sua principal obra",
afirmou o diretor-presidente da Vale, Fabio Schvartsman.
No microblog Twitter, o presidente Michel Temer também
lamentou a morte de Eliezer Batista.
"O Brasil perdeu um de seus maiores
engenheiros. Eliezer Batista foi um dos responsáveis pelo sucesso da Vale no
mundo. Muito trabalhou pelo nosso país e sempre acreditou no Brasil",
escreveu o presidente.
Além do presidente, o Sistema Firjan
também manifestou lamentação pela morte de Eliezer Batista.
"Eliezer dedicou sua vida à questão
da infraestrutura e da logística. Presidiu a Vale, dando início a uma
trajetória que transformaria a companhia em um dos maiores grupos do mundo. E
foi responsável por uma aproximação com empresas do Japão, que resultou em
importantes investimentos em nosso país", diz a nota.
O sistema lembrou que, em 1995, Batista assumiu cadeira
no Conselho Coordenador das Ações Federais no Rio de Janeiro, ligado à
presidência da República e que ficava sediado na Federação. "Foi o começo
também de uma inestimável colaboração para a Firjan", recorda o texto.
Em 2016, a Firjan destacou que Batista
passou a integrar o Conselho de Eméritos da Federação, criado para debater
grandes temas da indústria fluminense. "O Brasil e o Rio de Janeiro devem
muito a Eliezer, um dos maiores brasileiros da história", ressaltou a
instituição.|G1 / Foto: Tasso Marcelo/A