Foi um pouco sem graça e bem menos do que todos
esperavam. A Seleção
Brasileira ficou apenas
no 1 a 1 com a Suíça na estreia na Copa da Rússia e seguiu a sina de outras favoritas, que patinaram na
largada. Este jogo era espécie de decisão antecipada do Grupo E. Agora, precisa
buscar o primeiro lugar na base do saldo. Sexta-feira, será contra a Costa
Rica, em São Petersburgo.
A noite na margem esquerda do
Rio Rostov parecia ser verde e amarela. Havia brasileiros como em um domingo no
calçadão de Copacabana, misturados aos turistas. A diferença é que aqui em
Rostov eles eram os estrangeiros e estavam de verde e amarelo. A alegria no
sorriso, dos gestos exagerados e nas conversas em um tom mais elevado, além de
toda a parafernália identificando a origem, desde perucas até vuvuzelas,
despertavam o olhar curioso dos demais torcedores.
Os suíços, por sua vez,
entornavam seus copos generosos de cerveja e exibiam suas camisas vermelhas com
uma polidez típica dos… suíços, claro. Essa disciplina no comportamento grita
no futebol da seleção deles. O jogo começou com a torcida do Brasil excitada,
cantando. Só que no campo, os suíços fizeram uma marcação obediente, treinada à
exaustão e sincronizada. Seis suíços avançavam em bloco e fechavam as portas de
saída da defesa. Havia dois mais à frente e uma linha de quatro atrás deles.
Danilo e Marcelo estavam bloqueados. Casemiro nem se fala, foi tocar na bola
depois dos 10 minutos. Coutinho e Paulinho também paravam na barricada
vermelha.
A estratégia suíça deixava
livres Thiago Silva, Miranda e Alisson. Neymar abria na esquerda e logo era uma
ilha amarela em meio a três camisas vermelhas. Os brasileiros na arquibancada
da Rostov Arena foram trocando a euforia por uma interrogação no rosto. O
primeiro ataque articulado do Brasil só veio aos 11 minutos. Neymar tabelou com
Coutinho e cruzou. Paulinho, livre, chutou mal. A bola ainda raspou o poste.
O arremate, apesar de
enroscado, serviu para dar uma luz alta nos suíços. Um aviso de que do outro
lado tinha cinco estrelas no peito. No lance seguinte, Neymar deu de calcanhar
para Marcelo, que encontrou Coutinho. O cruzamento chegou um pouco antes de
Willian no lado oposto. A partir desses dois lances, o Brasil colocou a Suíça
em seu lugar, que é tentar tirar a bola do Brasil. As linhas ofensivas já
deixavam brechas, e a Seleção saía com autoridade. Como no lance em que
Paulinho lançou Jesus, mas o goleiro saiu em seus pés.
O controle do jogo virou gol
logo. Aos 19, Neymar tocou Marcelo cruzar. Schaer tirou para onde não deveria.
A bola caiu como Coutinho costa, no pé direito, na quina da área. Dali, ela
viajou em curva e estufou o lado da rede. Golaço e uma explosão da torcida:
- Ôôô, o campeão voltou!!!
Só que a partir do gol, o
"campeão" adotou uma estratégia de trocar passes demais. A torcida
silenciou e diante da monotonia do jogo passou a fazer a ola. Depois, voltou a
cantar. E o Brasil trocava passe pra cá, pra lá e saía com calma. Aquilo foi
amornando a partida e dando margem para os suíços se encorajarem. E eles se
encorajaram. Aos 37, Seferovic recebeu na área e dominou mal. Alisson dominou e
deu um drible do tamanho da unha do minguinho na frente do gol. O estádio
inteiro gelou e soltou um “óóóóóó”. No lance seguinte, Zuber recebeu na área,
enquadrou o corpo e chutou na orelha e Thiago Silva.
O primeiro tempo terminou com
Thiago Silva cabeceando para fora um escanteio e com uma sensação de que a
Seleção podia mais. Houve passes de mais e aceleração de menos. Neymar
exagerava no preciosismo. Enfim, o 1 a 0 estava ótimo.
A Suíça voltou do vestiário
com a velocidade que havia faltado ao jogo. Foi para cima mesmo. Tite havia
fechado o treino para treinar a defesa contra a bola aérea dos europeus. Foi justamente
nela que levou o gol. Shaqiri cobrou escanteio, Zuber empurrou Miranda e
cabeceou livre no meio da pequena área.
O jogo ficou perigoso. Os
suíços se assanharam. A Seleção sentiu o golpe. Tite trocou Casemiro, com
cartão, por Fernandinho. Uma mudança forçada. O Brasil saiu para o jogo. Deixou
espaços demais na defesa. Mas era o custo apagar pela cadência do primeiro
tempo. Neymar buscou o jogo e criou as melhores chances. Aos 12, chutou na
rede, mas por fora. Depois, aos 24, deixou Coutinho livre, mas o chute saiu
errado.
O jogo ganhou uma
eletricidade ausente até o intervalo. A Seleção dava blitze no ataque. A Suíça
saía em velocidade, principalmente, às costas de Marcelo. Tite tirou Paulinho,
apático, e colocou Renato Augusto. Foi dele o passe aos 27 para Jesus girar na
área e ser seguro por Arkanji. O juiz mandou seguir. Aos 32, Neymar chutou, mas
Sommer só caiu e encaixou.
Tite chamou Firmino, numa
tentativa de ganhar mais imposição no confronto com os zagueirões suíços. Aos
35, ele chutou forte para fora. O melhor lance da Seleção, no entanto, foi o
cabeceio de Neymar, aos 42, mas no meio do gol. Insuficiente para fazer o
Brasil repetir a França e ser a outra favorita a vencer na estreia.
COPA DO MUNDO — GRUPO E — 1ª
RODADA - 17/6/2018
BRASIL
Alisson; Danilo, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro (Fernandinho, 14'/2°); Willian, Paulinho (Renato Augusto, 21'/2°), Philippe Coutinho e Neymar; Gabriel Jesus (Firmino, 33'/2°)
Técnico: Tite
Alisson; Danilo, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro (Fernandinho, 14'/2°); Willian, Paulinho (Renato Augusto, 21'/2°), Philippe Coutinho e Neymar; Gabriel Jesus (Firmino, 33'/2°)
Técnico: Tite
SUÍÇA
Sommer; Lichtsteiner (Lang, 41'/2°), Schär (A), Akanji e Rodríguez; Behrami (Zakaria, 25'/2°), Xhaka, Shaqiri, Dzemaili e Zuber; Seferovic (Embolo, 34'/2°)
Técnico: Vladimir Petkovic
Sommer; Lichtsteiner (Lang, 41'/2°), Schär (A), Akanji e Rodríguez; Behrami (Zakaria, 25'/2°), Xhaka, Shaqiri, Dzemaili e Zuber; Seferovic (Embolo, 34'/2°)
Técnico: Vladimir Petkovic
Gols: Philippe Coutinho (B),
aos 19 minutos do primeiro tempo; Zuber (S), aos 4 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Lichtsteiner, Schär, Behrami (S); Casemiro (B)
Arbitragem: Cesar Ramos, auxiliado por Marvin Torrentera e Miguel Hernandez (trio mexicano)
Cartões amarelos: Lichtsteiner, Schär, Behrami (S); Casemiro (B)
Arbitragem: Cesar Ramos, auxiliado por Marvin Torrentera e Miguel Hernandez (trio mexicano)
Público: 43.109
Local: Arena Rostov, em Rostov (Rússia)
Local: Arena Rostov, em Rostov (Rússia)
PRÓXIMO JOGO — 2ª RODADA
BRASIL x COSTA RICA
SEXTA-FEIRA — 22/6 — 9H
|Gauchazh / Foto Pascal GUYOT / AFP
BRASIL x COSTA RICA
SEXTA-FEIRA — 22/6 — 9H