O Supremo Tribunal Federal
(STF) cortou pela metade, nos últimos dois anos, a quantidade de seguranças
pessoais à disposição dos ministros em São Paulo e no Rio, estados nos quais
pelo menos quatro integrantes da Corte têm residência. Atualmente, são oito e quatro
vigilantes, respectivamente.
Por outro lado, no Paraná, onde
reside o relator da Lava Jato, Edson Fachin, o Supremo reforçou o número
de agentes do magistrado. Em julho do ano passado, o efetivo passou de quatro
para cinco homens. No início do mês passado, depois de o ministro comentar
publicamente ameaças sofridas por sua família, a mais alta
Corte ampliou para sete a quantidade de seguranças à disposição
de Fachin no estado.
O contrato da empresa responsável
pela segurança de Fachin vence no fim de junho. Por isso, o
Supremo promoverá novo pregão eletrônico na sexta-feira (18/5) a fim de
fornecer guarda-costas pelos próximos 30 meses ao custo estimado para a União
de R$ 1,6 milhão.
A previsão é de que sejam mantidos os
sete agentes no Paraná, conforme o edital. Eles se revezam em turnos ao longo
do dia: dois pela manhã, dois à tarde e três à noite. Além de monitorarem a
residência e arredores, fazendo rondas de surpresa, acompanham em
escolta Fachin e familiares em deslocamentos e eventos externos.
Na segunda-feira (14/5), a reportagem
enviou perguntas à assessoria de imprensa do STF, mas a Corte afirmou que não
conseguiria responder até a conclusão desta edição. Em março, a reportagem
havia questionado ao Supremo acerca dos critérios de alocação dos seguranças
pessoais nos estados e em Brasília, bem como sobre o motivo da redução no
quadro de agentes terceirizados no Rio e em São Paulo e o incremento no Paraná.
Questionado se os seguranças ficam
exclusivamente à disposição dos ministros e seus familiares, inclusive nas
residências, e se eles dispõem de carros blindados, o Supremo Tribunal Federal
informou que todos os dados são reservados. “Todas as suas perguntas estão
relacionadas com questões estratégicas de segurança, portanto, é assunto
reservado e não pode ser divulgado”, assinalou a assessoria do órgão.
Ameaças
Em março, Fachin declarou ter recebido ameaças, assim como seus familiares, embora não tenha detalhado as circunstâncias, nem dito se estão relacionadas a algum caso da Lava Jato. A maior preocupação do relator da operação era com a ausência de segurança institucional de sua mulher, a desembargadora Rosana Amara Girardi Fachin, do Tribunal de Justiça do Paraná. O casal tem duas filhas e dois netos.
Em março, Fachin declarou ter recebido ameaças, assim como seus familiares, embora não tenha detalhado as circunstâncias, nem dito se estão relacionadas a algum caso da Lava Jato. A maior preocupação do relator da operação era com a ausência de segurança institucional de sua mulher, a desembargadora Rosana Amara Girardi Fachin, do Tribunal de Justiça do Paraná. O casal tem duas filhas e dois netos.
O ministro da Segurança Pública, Raul
Jungmann, afirmou que Fachin dispensou reforço de segurança e uma
investigação da Polícia Federal. Foram oferecidas duas equipes: uma para
abrir inquérito a respeito das ameaças e outra de análise de risco, com o
objetivo de garantir a integridade de pessoas com cargos elevados.
Desde então, o diretor-geral da PF,
Rogério Galloro, fez reuniões para debater a segurança do magistrado com o
próprio Fachin. Também esteve com a presidente do Supremo, Cármen Lúcia.
Atualmente, o tribunal gasta R$ 24
milhões por ano com empresas de segurança privada – R$ 12 milhões com
guarda-costas armados dos 11 ministros e o restante com um contrato de
vigilantes da sede em Brasília.|metropoles / Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil