Os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto
Barroso protagonizaram no início da noite desta quarta-feira (21) no
plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) o mais duro embate entre dois
membros da corte (pelo menos em público).
Estava em apreciação uma ação da Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB)contra doações ocultas em campanhas
eleitorais.
Gilmar fez mais uma vez sua polemica defesa à
proibição de empresas doarem dinheiro para campanhas eleitorais.
Barroso não titubeou: “O senhor é a
mistura do mal com o atraso e pitadas de psicopatia. A vida para
Vossa Excelência é ofender as pessoas. Qual a sua ideia? Qual sua
proposta? Vossa Excelência é uma vergonha, é uma desonra para o tribunal. Vossa
Excelência sozinho desmoraliza o tribunal. Está sempre atrás de algum interesse
que não o da Justiça”, afirmou o ministro.
Pouco antes Gilmar havia criticado
Barroso por ele ter aprovado na Primeira Turma (composta por cinco ministros),
e não no plenário (formado pelos 11), sua tese de que aborto até o terceiro mês
de gravidez não é crime. Ação era de relatoria de Barroso e foi votada na turma
em novembro de 2016.
“Ah, agora eu vou dar uma de esperto e vou
conseguir a decisão do aborto, de preferência na turma com dois ministros, com
três”, provocou Gilmar.
A sessão chegou a ser suspensa pela
presidente da corte, ministra Cármen Lúcia. Mas foi retomada, e o plenário
do Supremo decidiu por 9 votos a 0 que as doações feitas por pessoas
físicas para campanhas eleitorais não podem ser ocultas, precisando ser sempre
identificadas, inclusive nas transferências entre partidos e candidatos.|bahia.ba