O deputado federal João Rodrigues (PSD-SC) foi
preso pela Polícia Federal (PF) no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na
manhã desta quinta-feira (8/2). O político voltava de uma viagem dos Estados
Unidos. A PF descobriu que Rodrigues havia alterado o destino final da passagem
do Brasil para o Paraguai. A Interpol foi acionada e Rodrigues foi impedido de
entrar no país vizinho.
Na terça-feira, a Primeira Turma da Corte
determinou a execução da pena do parlamentar, que foi condenado em 2010 pelo
Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Rodrigues foi condenado por um
crime cometido em 1999, quando passou 30 dias como prefeito interino de
Pinhalzinho (SC).
Ele respondeu por fraude em licitação ao autorizar,
de forma ilegal, a compra de uma escavadeira para a prefeitura, no valor de R$
40 mil. Os ministros negaram o recurso porque entenderam que não cabe ao STF
fazer novas análises de provas. Dessa forma, foi mantida a condenação do TRF-4.
O parlamentar foi condenado a cinco anos e três meses de prisão.
Na última segunda-feira (5/2), o deputado publicou
um vídeo no Twitter em que se defende das acusações e pede apoio dos internautas
no caso. "Se condenado, eu encerro minha atividade. Paro com a política,
vou cuidar da minha família e da minha profissão", diz.
Prescrição da pena
Levantamento da Polícia Federal com apoio de órgãos
públicos nos EUA e Paraguai identificou que o deputado estava no exterior e
havia modificado seu bilhete de passagem, alterando o destino final do Brasil
para o Paraguai.
Com receio de que ocorresse a prescrição da
execução da pena, prevista para a próxima segunda-feira (12/2), a Polícia
Federal comunicou o fato ao Ministro Alexandre de Moraes, presidente da
Primeira Turma do STF, que autorizou a inclusão em difusão vermelha no banco de
dados da Interpol. Com base nisto, João Rodrigues foi impedido de entrar no
Paraguai e acabou embarcando em um vôo rumo a Guarulhos, onde foi preso.
O parlamentar ficou conhecido nacionalmente em 2015
ao ser flagrado assistindo a vídeos
pornô em seu telefone celular no plenário da Câmara dos
Deputados. À época, ele disse que o vídeo havia sido enviado a ele por amigos.| correiobraziliense