O Senado pode votar
nesta semana, em primeiro turno, a proposta de emenda à Constituição que
aumenta o repasse da União às prefeituras por meio do Fundo de Participação dos
Municípios (FPM). O projeto, cuja discussão em plenário começa nesta
terça-feira (5), determina a elevação de um ponto percentual no fundo entregue
aos estados e municípios, oriundo das arrecadações do Imposto de Renda (IR) e
do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
A distribuição dos
recursos será alterada de 49% para 50%, e o novo repasse será feito em setembro
de cada ano. De acordo com os defensores da proposta, os municípios,
historicamente, recebem os menores valores em setembro e outubro devido à
restituição do Imposto de Renda dos contribuintes. Se aprovado em dois turnos,
o texto segue para análise dos deputados. Esta é a quarta PEC que tramita sobre
o tema: em 1997, 2007 e 2014, os parlamentares já aprovaram emendas que
aumentaram o percentual de 47% para 49%.
Ao defender a
aprovação, o senador Armando Monteiro (PTB-PE), relator do texto, citou as
razões do aumento das despesas e da queda real na transferência do FPM para os
municípios, como pisos salariais de determinadas categorias e a retração do
Produto Interno Bruto entre 2014 e 2016.
“A sazonalidade dos
repasses do Fundo prejudica a gestão administrativa dos municípios, que não
sabem se podem expandir a prestação de serviços públicos na ausência de fontes
estáveis de financiamento. A dificuldade em atender à demanda da sociedade por
mais e melhores serviços é ainda mais acentuada na atual conjuntura econômica,
na qual, em face da redução da renda familiar, as famílias têm trocado a escola
particular pela pública e os planos de saúde pelos postos de saúde das
prefeituras”, escreveu.
Caso a proposta seja
adicionada à Constituição, a expectativa do relator é de que o repasse seja de
R$ 5,6 bilhões em 2021, ao fim do aumento gradativo do fundo. Em 2016, a
transferência aos municípios no mês de setembro foi de R$ 4,1 bilhões.
Segurança
Também está na pauta
do Senado a PEC que institui o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Segurança
Pública, com o objetivo de obter recursos para as forças policiais dos estados
e do Distrito Federal. O financiamento virá, segundo a proposta, de parte da
arrecadação de impostos cobrados de indústrias de armamento, de empresas de
segurança privada e de contribuições com parcela do lucro líquido das
instituições bancárias e financeiras.
Esse não é o único projeto
relativo ao tema que será discutido pelos senadores nesta semana. Na Comissão
de Constituição e Justiça da Casa, uma série de propostas está na mesa para ser apreciada. A intenção do presidente
do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), é fazer um esforço concentrado de
votações relativas à segurança pública, da mesma forma como fez a Câmara há
algumas semanas.
Antes, porém, no plenário, os
senadores poderão votar o texto que cria o Estatuto da Segurança Privada e da
Segurança das Instituições Financeiras, que trata dos critérios de prestação
dos serviços pelas empresas de segurança e dentro de bancos.
Sessão do Congresso
Na quarta-feira (6),
está marcada uma sessão conjunta dos deputados e senadores para analisar os
vetos do presidente Michel Temer a proposições aprovadas pelo Congresso
Nacional. Estão na pauta 11 vetos, como à reforma eleitoral aprovada no início
de outubro pelos parlamentares, à proposta que cria um crédito especial para auxílio
financeiro às Santas Casas de Misericórdia e à que trata do refinanciamento de dívidas de
pessoas físicas e empresários com a Receita Federal.[agenciabrasil]