Investigadores da Lava Jato suspeitam que os R$ 51
milhões encontrados pela Polícia Federal (PF) em um apartamento de Salvador que
supostamente funcionava como uma espécie de sala-cofre do ex-ministro Geddel
Vieira Lima são a soma de propinas vindas do PMDB, da construtora Odebrecht e
do operador Lúcio Funaro. É a primeira vez que os investigadores fazem essa
relação da origem do dinheiro.
Geddel nunca esclareceu de
onde saiu tanto dinheiro. Investigadores dizem que há claros indícios do crime
de lavagem.
O detalhamento foi incluído
nas investigações sobre lavagem de dinheiro que estão no Supremo Tribunal
Federal.
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Desvios de políticos do PMDB
Os investigadores suspeitam
que o ex-ministro recebeu dinheiro de peemedebistas investigados no inquérito
conhecido como quadrilhão, em que Geddel é investigado junto com o presidente
Michel Temer e outros integrantes do PMDB. O grupo é tratado pela PF como uma
organização criminosa que atuava para desviar dinheiro publico.
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Odebrecht
Job Ribeiro, ex-assessor do
deputado Lúcio Vieira Lima, afirmou que pegou dinheiro vivo na construtora
Odebrecht .
O ex-auxiliar do irmão de
Geddel também afirmou ter ido a mando do ex-ministro e de Lúcio umas 5 ou 6
vezes pegar dinheiro com uma pessoa chamada Lúcia.
Investigadores confirmaram
que se trata de Maria Lúcia Tavares, secretária da Odebrecht, que, em fevereiro
deste ano, revelou a existência de um departamento de propina dentro da
construtora.
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Assessores
Job Ribeiro afirmou no mesmo
depoimento que repassava 80% de seu salário pago pela Câmara – R$ 8 mil por mês
– para a família Vieira Lima.
E que o motorista e uma
secretária do deputado também devolviam parte de suas remunerações. Segundo
Job, os recursos eram sacados e ficavam guardados na casa da mãe de Geddel, que
armazenava dinheiro no closet.
A casa de Marluce Vieira
funcionava como um escritório onde o dinheiro ficava guardado e era repassado a
pessoas que iam lá receber pagamentos.
O ex-assessor de Lúcio disse
que não sabia de onde veio a fortuna encontrada no apartamento da capital
baiana, mas relatou que parte foi do próprio salário e dos outros dois
funcionários da Câmara e outra fatia da Odebrecht.
O depoimento de Job foi usado
pela Procuradoria Geral da República (PGR) para pedir a manutenção da prisão de
Geddel.
A próxima etapa dessa
investigação é o Ministério Público decidir se denuncia ou não o ex-minstro ao
Supremo Tribunal Federal.
Investigadores do caso
entendem que, em crimes de lavagem envolvendo dinheiro em espécie – que não
pode ser rastreado pelo sistema bancários – os indícios são suficientes.
Delação premiada
A defesa de Job Ribeiro está
reunindo provas na tentativa de fechar delação premiada com a PGR e pretende
entregar extratos dos últimos cinco anos que comprovariam a versão do
ex-assessor da Câmara de que devolvia parte do salário à família Vieira Lima.
Apesar de, na maioria das
vezes, Job ser orientado a sacar e entregar parte de sua remuineração em
dinheiro vivo, em algumas ocasiões ele teve que trasnferir dinheiro para o pai
e um dos irmãos de Geddel.[g1]