O Dia Mundial de Luta Contra a Aids é 1º de
dezembro, mas o mês inteiro poderá ser dedicado a atividades direcionadas ao
enfrentamento do HIV/Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). É
o que prevê o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 60/2017, aprovado pelo Senado nesta
quarta-feira (18). O projeto vai à sanção presidencial.
De autoria da deputada federal Erika Kokay (PT-DF),
a proposta cria o Dezembro Vermelho, movimento dedicado à prevenção,
assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas que vivem com
o vírus da Aids. O texto prevê ainda a iluminação de prédios públicos com luz
vermelha, a realização de palestras e atividades educativas, a veiculação de
campanhas na mídia e a promoção de eventos para alertar a população sobre os riscos
de se contrair essas doenças.
A mobilização em torno do Dezembro Vermelho deverá
se apoiar em parcerias entre o poder público, sociedade civil e organismos
internacionais, obedecendo às diretrizes traçadas pelo Sistema Único de Saúde
(SUS) para enfrentamento da Aids e DSTs.
A relatora da proposta na Comissão de Assuntos
Sociais (CAS), senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), destacou a importância de, no
ano em que se comemora 30 anos de criação do Dia Mundial de Luta contra a Aids,
se intensificar as ações de prevenção e combate ao HIV, com o objetivo de
reduzir sua incidência em todos os segmentos populacionais e em todo o
território nacional.
Aumento de casos
Marta explicou que atualmente as pessoas mais
velhas acham que a AIDS é um problema controlado e os mais jovens não têm mais
tanta informação sobre a doença. Ela citou dados da Secretaria de Saúde de São
Paulo, alertando que os casos de transmissão de HIV entre idosos subiram 60,6%
no estado entre 2007 e 2015.
Já levantamento do Departamento de DST, Aids e
Hepatites Virais do Ministério da Saúde revela que a taxa de infectados
explodiu entre 2006 e 2015 nas faixas de 15 a 19 anos, com variação de 187,5%;
de 20 a 24 anos, com alta de 108%, e entre 25 a 29 anos, com aumento de 21%.
Além disso, há uma percepção entre os jovens de que a doença não é um problema.
- É como se o problema não existisse, ninguém morre
de Aids, mas as pessoas não sabem o que é viver com o vírus – lamentou a
senadora.
Marta acrescentou ainda que o projeto, ao apostar
em campanhas focadas de reforço à prevenção, está em sinergia com a Unaids e
com o Fundo de População da ONU, que lançaram um novo plano para reduzir em 75%
as novas infecções por HIV. A estratégia tem prazo definido até 2020 e visa
acelerar esforços de prevenção.|Agência Senado