Em entrevista a jornal espanhol, ele
disse que quer voltar a ser presidente para mostrar ao mundo que o País pode
funcionar
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) afirmou, em entrevista ao jornal espanhol El Mundo, que vai propor
um referendo revogatório de "muitas das medidas aprovadas" pelo
governo de Michel Temer, como uma proposta para recuperar o País caso seja
eleito presidente em 2018. "É criminoso ter uma lei que limite durante 20
anos o investimento do Estado. No Brasil, ainda faltam coisas básicas, como
saneamento, tratamento de água, casas", disse.
Questionado sobre a boa repercussão
no mercado do governo Michel Temer, Lula disse que isso é claro, uma vez que
querem privatizar o País.
Na entrevista, ele disse que quer
voltar a ser presidente para mostrar ao mundo que o País pode funcionar.
"Não há ninguém que saiba governar o povo mais necessitado como eu
faço", afirmou.
O ex-presidente creditou a crise vivida no País à perda de
credibilidade, algo que, segundo ele, foi efeito das manifestações iniciadas em
junho de 2013.
Lula
também reconheceu que houve erros no mandato da ex-presidente Dilma Rousseff.
Segundo ele, o primeiro deles foi o "exagero" nas políticas de
desoneração de grandes empresas e, o segundo, foi o anúncio do ajuste fiscal.
Mas negou que tenha se arrependido de não ter concorrido nas eleições
presidenciais de 2014.
Ele
ainda comparou o ano de 2015 com o de 199
9,
quando quem governava era o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que tinha
baixa popularidade e também enfrentava problemas econômicos. "Mas, nessa
ocasião, o presidente da Câmara era Michel Temer e ele o ajudou a governar. Nós
tínhamos Eduardo Cunha, que rejeitou cada reforma que Dilma propunha. Foi quem
levou o impeachment ilegítimo à frente", analisou.
Condenado
em primeira instância no caso do tríplex do Guarujá, Lula voltou a criticar a
Polícia Federal e o Ministério Público, dizendo que não encontraram prova
contra ele e que a sentença do juiz Sergio Moro é "política".
"Se acreditavam que uma condenação iria fazer eu desistir de ser candidato,
conseguiram o efeito contrário."
Perguntado
se o PT tem outras opções caso ele não possa concorrer por causa de uma
eventual condenação em segunda instância, ele respondeu que espera poder
concorrer, mas disse que ninguém é imprescindível. "Há milhares de
Lulas."|estadao conteúdo