Numa entrevista à jornalista Leda Nagle, o
sertanejo Zezé di Camargo defendeu a volta dos militares ao poder, mesmo depois
de ser alertado sobre as mortes, torturas e desaparecimentos políticos.
"Eu
vou falar um absurdo aqui para você, vão me criticar, jornalistas vão falar de
mim, achar que sou um maluco. Você sabe que o momento em que a gente vive hoje
no Brasil, o Brasil lutou muito pela democracia, mas eu fico com pena de como
os nossos políticos usaram aquela liberdade que nós conquistamos, que era sair
do militarismo. Muito gente confunde militarismo com ditadura, todo mundo fala
'nós vivíamos numa ditadura'. Nós não vivíamos numa ditadura, nós vivíamos num
militarismo vigiado. Ditadura é a Venezuela, Cuba com Fidel Castro, Hungria,
Coreia do Norte, China, esses são realmente ditadores. O Brasil nunca chegou a
ser uma ditadura daquelas que ou você está a favor ou você está morto",
afirmou.
Leda
lembrou o cantor que na época houve muitas prisões, tortura e mortes. "Mas
não chegou a ser tão sangrenta, tão violenta, como a gente vive até hoje, no
mundo de hoje. Não dá pra acreditar que muita gente ainda acredita que uma ditadura
vai dar certo. Mas eu acho, eu acredito, as pessoas vão me achar maluco, não
quero isso jamais pro Brasil, mas eu imagino que o Brasil hoje precisaria
passar por uma depuração. O Brasil até podia pensar no militarismo para
reorganizar a coisa e 'entregar' de novo", opinou Zezé.
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