O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu, nesta quarta-feira (20), a suspensão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da JBS. De acordo com o Congresso em Foco, a mudança de enfoque é o principal argumento no pedido entregue ao Supremo.

O congressista cita requerimentos de convocação e convite de Rodrigo Janot, procuradores e outras autoridades com o objetivo de questionar atos de ofício que estão protegidos pela Constituição.

Segundo o senador, a CPI foi criada para “desmoralizar a Lava Jato” e atrapalhar os acordos de delação premiada. “A CPMI jamais desejou investigar a fundo os contratos criminosos da JBS, já que isso complicaria ainda mais a vida de integrantes deste combalido governo”, declarou Randolfe por meio de nota à imprensa.

“O objetivo central da CPMI é desmoralizar a Lava Jato, servindo de mote para justificar a alteração da legislação da delação premiada, com vistas a eliminar qualquer chance de avanços nas investigações contra poderosos”, acrescentou ele.


O líder da Rede defende, no mandado de segurança, que a comissão se limite “apenas aos crimes da organização criminosa” liderada pelos irmãos Batista. Na avaliação dele, a CPI pretende promover um “constrangimento ilegal” aos integrantes do Ministério Público.
“O periculum in mora repousa no risco de que inúmeros requerimentos dirigidos a membros do Ministério Público sejam aprovados pela CPMI em comento, inclusive do ex-procurador-geral da República (Rodrigo Janot), para que sejam constrangidos ilegalmente a prestar depoimento sobre atos de ofício, exercidos sob o manto constitucional protetivo da independência funcional”, diz trecho do documento.


Criada em 30 de maio, menos de duas semanas após a divulgação dos primeiros áudios e depoimentos das delações de Joesley e Wesley Bastista e Ricardo Saud, entre outros executivos da JBS, que comprometem o presidente Michel Temer. As delações resultaram em denúncias criminais contra o peemedebista.

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