Descartado pelo deputado federal Lúcio Vieira Lima como aposta para as eleições de 2018, o ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Antônio Imbassahy (PSDB), pode chegar ao PMDB baiano com status de alguém que pode salvar o partido da masmorra.

Com a segunda prisão do antecessor do tucano, Geddel Vieira Lima, e o envolvimento de Lúcio com os R$ 51 milhões encontrados pela Polícia Federal num apartamento emprestado a Geddel em Salvador, o PMDB baiano, comandado pela família Vieira Lima há mais de 20 anos, ficou sem um nome de peso para entrar na chapa que deve ser encabeçada pelo prefeito ACM Neto (DEM) ao governo do Estado em 2018. Imbassahy deve desembarcar no PMDB com passaporte carimbado para disputar uma vaga no Senado.

Publicação do jornal O Estado de São Paulo diz que o ministro tucano vem sendo convidado por partidos como PTB, PRB, PPS, e já chegou a especular sua volta para o Democratas, seu partido original (do tempo em que se chamava PFL). Em articulação com aval do presidente Michel Temer, Imbassahy pode ser 'o homem do Planalto' a ajudar a reerguer o PMDB na Bahia e preencher o vácuo de poder deixado pelos Vieira Lima.

"Imbassahy começou a voltar os olhos para o PMDB. Ele pensa que com Michel e (o senador Romero) Jucá (presidente nacional do PMDB) consegue vencer a resistência de Lúcio (Vieira Lima)", diz o vice-líder do governo no Congresso Nacional, o deputado baiano Benito Gama, presidente do PTB na Bahia. "Ele não avançaria nisso sem anuência do Michel", pondera Benito ao Estadão.

Antes de ser preso pela primeira vez, em junho deste ano, também no âmbito da Operação Lava Jato, Geddel Vieira Lima era presidente do PMDB na Bahia (fazia rodízio com seu irmão Lúcio há mais de 10 anos) e era secretário do diretório nacional da legenda. Ele pediu afastamento por 60 dias após a Polícia Federal apreender os R$ 51 milhões no seu 'bunker' em Salvador no início deste mês. Nos maços de dinheiro, segundo a PF, havia digitais do ex-ministro.

Lúcio desconversa sobre a possibilidade de filiação do ministro. "Não estou à frente desse assunto. Não gostaria de emitir opinião e ser desautorizado". Em entrevista recente à Tribuna, além de demonstrar total apatia à ideia, Lúcio garantiu que o conterrâneo não teria a legenda para disputar o Senado, pois, segundo ele, 'sobram quadros' no PMDB baiano, que atualmente tem a vice-prefeitura de ACM Neto.


Imbassahy não nega a possibilidade de deixar o PSDB, mas sustenta que não fez nenhum movimento nesse sentido: "Não tem por que sair agora".|brasil247

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