O ex-cirurgião
plástico Farah Jorge Farah,
de 68 anos, foi encontrado morto em seu apartamento no começo da tarde desta
sexta-feira 22, quando policiais civis se preparavam para cumprir o mandado de
prisão contra ele pelo assassinato e esquartejamento de uma paciente em 2003.
Um dia antes, o Superior Tribunal de
Justiça (STJ) havia determinado que Farah deveria
cumprir na prisão a pena de catorze anos e oito meses a que havia sido
condenado em 2014.
O
delegado Osvaldo Nico Gonçalves, do Departamento de Capturas e Delegacias
Especializadas da Polícia Civil, informou que o corpo foi encontrado quando
policiais entraram no apartamento do ex-médico, na Vila Mariana, Zona Sul de
São Paulo. “Ele estava vestido de mulher e tinha um corte na perna”, disse o
delegado. A polícia trabalha com a hipótese de suicídio – uma perícia está
sendo realizada no apartamento nesta tarde.
Farah foi
condenado por homicídio, acusado de matar e esquartejar Maria dos Carmo Alves,
em 2003, uma ex-paciente de 46 anos com quem ele havia tido um relacionamento
amoroso. A vítima foi levada ao consultório pelo médico, que queria acabar com
o relação, sob o pretexto de que faria nela uma lipoaspiração. Ele dispensou
sua secretária e sedou a vítima.
Dois
dias depois, ele se internou numa clínica psiquiátrica e confessou o crime à
família e à polícia. Posteriormente, indicou o local onde havia deixado o corpo
de Maria do Carmo. A defesa alegou que Farah a havia matado para se defender,
porque ela o teria perseguido por mais de quatro anos, o que teria levado o réu
a um “estado alterado”, a ponto de matar para se proteger.
Farah
passou por dois julgamentos em razão do crime. O primeiro em 2008, que foi
anulado em 2013, e o segundo em 2014, no qual foi condenado a dezesseis
anos de prisão. No ano passado, a Justiça diminuiu a pena do ex-médico
para catorze anos e oito e meses por ele ter confessado o crime.|veja