No primeiro dia da caravana que rodará os nove
estados do Nordeste, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou agenda
extensa em Salvador nesta quinta-feira, 17. Recepcionado por centenas de
pessoas aos gritos de "olê, olê, olê, Lula, Lula", Lula visitou obras
da linha 2 do metro, conversou com trabalhadores. O ex-presidente também
reencontrou, 11 anos depois, o menino Everton, de Lauro de Freitas, que ficou
imortalizado numa foto fazendo um carinho em Lula (leia mais).
Durante
o lançamento da 3ª fase do Memorial da Democracia, Lula destacou o histórico de
lutas dos baianos. "Por que que é importante a gente reconstituir a
história? Porque geralmente ela é contada pelos dominadores. E aos poucos vamos
entendendo. Foi aqui na Bahia que essa história começou. Do extermínio dos
indígenas à escravidão dos africanos", disse Lula.
O
ex-presidente voltou a defender a legalidade da construção da sede do Instituto
Lula em São Paulo e também criticou a decisão de um juiz federal que proibiu a
Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) de conceder-lhe o título de
doutor honoris causa. "Queria dizer ao vereador do DEM que ele tem o
direito de não gostar de mim, porque eu não gosto dele. O título de Honoris
Causa já recebi", afirmou.
"Eles
cassaram a Dilma, mas não podem cassar as coisas boas que ela fez por esse
país. E não podem apagar minha história. Esse Memorial ainda vai dar o que
falar. Não é possível que esse povo se informe pela Rede Globo de Televisão.
Tenho orgulho de ter vivido nesse país no período mais democrático da política.
Foram dezenas de conferências pra definir políticas públicas", acrescentou
o presidente, sendo interrompido pelo gritos de "Fora, Temer, e leve
ACM".
Lula
voltou a criticar o governo de Michel Temer. "É proibido o povo ser
alegre? Esse país chegou a ser quase a 5ª economia mundial. E olha o que eles
fizeram. Se um governante governa um país e numa crise começa a vender o
patrimônio desse país, esse governante deveria pedir desculpas e ir embora. O
Brasil tem vergonha de construir heróis. Todo lugar que você vai tem
herói", afirmou.
Lula
encerrou seu discurso com um aviso aos golpistas: "Vocês vão pagar com a
mesma moeda o que você fizeram com a democracia brasileira. E em 2018 a gente
vai eleger uma pessoa democraticamente."
Leia, abaixo, material do Instituto Lula sobre o Memorial da
Democracia:
O
povo brasileiro hoje tem liberdade para se expressar, para se organizar e se
manifestar. Mas nem sempre foi assim. A democracia não caiu do céu. Demandou
muita luta. Custou e custa o sacrifício de muitos brasileiros e brasileiras,
desde os tempos do Brasil-Colônia até hoje. O Memorial da Democracia, portal
multimídia interativo do Instituto Lula, celebra essa história viva, escrita
por todos que durante cinco séculos, lutaram pela justiça e pela liberdade.
Concebido
por uma equipe de jornalistas, historiadores, educadores, artistas e
pesquisadores, o Memorial é um espaço dedicado às lutas na construção de um
país mais justo, livre e soberano. Seu objetivo é colocar à disposição de todos
os brasileiros conteúdos dinâmicos sobre a longa caminhada desde a Colônia até
o século 21 em busca de democracia com justiça social.
Lançado
no final de 2015, o Memorial já contava com quatro períodos nossa história.
Agora, o Instituto Lula lança um quinto período. Os anos de 2003 a 2010 foram
anos de mais democracia e mais oportunidades. Salários e empregos cresceram e
impulsionaram a economia brasileira, que bateu recordes de produção e de
consumo. Uma parte da sociedade que antes não tinha voz passou a influenciar na
sociedade, na cultura, a economia e no governo. Foi o boom da classe C.
Em
todos os módulos, a navegação pode ser feita através da linha do tempo e dos
extras. A linha do tempo oferece cartões em ordem cronológica com informações
sobre os principais fatos e eventos. Trata-se da forma básica de navegação. Ela
é complementada pelos extras, que mergulham mais fundo em alguns temas que não
se prendem a datas específicas, atravessando períodos mais longos. O novo
lançamento inclui 150 episódios e 5 extras. No total, o Memorial já tem mais de
900 episódios e 40 extras.
O
Memorial tem uma proposta multimídia, oferecendo aos visitantes textos, fotos,
charges, desenhos, cartazes, panfletos e documentos, fac-símiles de notícias da
imprensa, exemplares virtuais de jornais, áudios com trechos de canções e
discursos, segmentos de filmes e vídeos etc. No caso dos Extras, a linguagem é
intencionalmente mais leve e lúdica, buscando dialogar com o público jovem.
Guia do educador
Construído
em parceria com o Projeto República, da Universidade Federal de Minas Gerais, o
Memorial da Democracia vai ganhar ainda neste ano um "guia do
educador". Concebido na UFMG, esse guia será direcionado a professores que
desejam usar o conteúdo multimídia do Memorial nas salas de aula. Além dos
guias impressos, o material ficará disponível para download gratuito na
internet.|brasil247