O ex-presidente do Peru Ollanta Humala negou nesta quarta (3) ter
recebido financiamento da Odebrecht na época de sua campanha eleitoral para a
Presidência em 2011. A informação foi passada à Justiça brasileira pelo
ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht. Humala afirmou não ter ideia
da motivação de Marcelo Odebrecht e do ex-diretor no Peru Jorge Barata para
passarem à Justiça informações que “não estão certas”.
“O que nós fizemos na campanha é que nos reunimos
com todos os grupos empresariais, e nos reunimos em embaixadas, nas sedes
institucionais, e vieram a nossas sedes, mas não houve financiamento nesse
momento, senão o teríamos reportado”, assegurou Humala. Ele lembrou que está
colaborando com as investigações e mostrando uma conduta nesse sentido no
Ministério Público e no Congresso.
Na delação que Odebrecht fez à Justiça, ele admitiu
ter entregue “via Setor de Operações Estruturadas, US$ 3 milhões ao candidato à
Presidência do Peru Ollanta Humala” durante a campanha de 2011. O pedido teria
partido do então ministro Antronio Palocci.
Em sua declaração, Jorge Barata informou que as
contribuições foram solicitadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
entregues, inclusive, à Nadine Herédia, esposa de Humala. O ex-presidente
peruano informou que sua relação com Lula foi de “identificação ideológica, mas
não entraram em temas econômicos”.
Horas antes, Nadine declarou a imprensa local que
Odebrecht e Barata estão errados e que não podem comprovar o que disseram. Ela
pediu que seja feita a quebra de seu sigilo bancário e a verificação da
existência de alguma offshore que confirme as acusações da Odebrecht.
Humala e Nadine são investigados pr lavagem de
dinheiro ao supostamente terem gerenciado um financiamento ilegal de sua
legenda política, Partido Nacionalista Peruano (PNP), durante as campanhas presidenciais.|diariodopoder