Os 545
membros da Assembleia Constituinte convocada pelo presidente da Venezuela,
Nicolás Maduro, se instalaram nesta terça-feira (8) no plenário do Palácio
Federal Legislativo, em Caracas, onde até então aconteciam as reuniões da
Assembleia Nacional, o parlamento unicameral controlado pela
oposição.
Diversas imagens
divulgadas nas redes sociais mostram a sala legislativa pronta para o início da
terceira sessão da Constituinte, quando serão instituídas suas comissões
permanentes e seu sistema de operação. Os deputados da Assembleia Nacional
foram proibidos de entrar no prédio.
Abaixo da mesa
reservada à presidente da Constituinte, Delcy Rodríguez, foram colocados
grandes retratos de Simón Bolívar e Hugo Chávez. “Esse governo agora invade os
espaços que não é capaz de ocupar legitimamente”, denunciou o deputado Stalin
González, da coalizão de oposição Mesa da Unidade Democrática
(MUD).
Eleita no último
dia 30 de julho, a Constituinte é contestada por boa parte da comunidade
internacional, incluindo Brasil, Estados Unidos e União Europeia, já que
substituiu o Parlamento formado após as eleições legislativas de 2015, quando a
oposição obteve uma ampla vitória sobre o chavismo.
A decisão de
reescrever a Carta Magna da Venezuela agravou os conflitos no país, que já
deixaram mais de 120 mortos desde o fim de março. Segundo o Alto Comissariado
das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh), 73 dessas vítimas foram
assassinadas pelas forças de ordem ou por milícias
pró-Maduro.
“Quanto ao
restante das mortes, não é possível identificar os responsáveis”, diz um
relatório do Acnudh. Nesta terça-feira (8), os ministros das Relações
Exteriores de países da América Latina se reúnem em Lima, no Peru, para debater
saídas para a crise na Venezuela. (ANSA)