O
ex-ministro e pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes fez uma dura
crítica ao Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira 9, durante entrevista ao
programa Pânico, da Jovem Pan.
A crítica foi feita quando Ciro
comentava o impeachment de Dilma Rousseff, para ele um golpe parlamentar, e
tentava explicar por que o Supremo chancelou a decisão do afastamento da
presidente eleita.
"O impeachment é um
processo jurídico político. O julgamento é político, mas a base de fato tem que
ser jurídica", lembrou Ciro. Ele criticou o governo Dilma e reconheceu que
ela praticou pedaladas fiscais, mas que isso não configurava crime de
responsabilidade e não justificava sua queda.
"Juridicamente, há que se
ter cometido um crime de responsabilidade dolosamente, ou seja, conscientemente
e porque quis fazer. No caso da pedalada fiscal, não passa na cabeça de ninguém
que seja crime de responsabilidade, porque não é. É errado? É errado. Mas não
houve o elemento dolo", explicou.
Questionado por Carioca, um dos
entrevistados, por que então o STF chancelou a decisão, Ciro lembrou da noite
de 2 de abril de 1964, quando se deu o golpe militar no Brasil, e sobre o qual
o Supremo também se calou.
"O presidente do Senado na
época disse que João Goulart estava fora do País. Mentira. O presidente da
Câmara então tomou posse, convocou eleições indiretas, que elegeu o marechal Humberto
de Alencar Castello Branco presidente da República", contou Ciro.
"Você acha que isso foi
tudo legal? Não foi um golpe? Isso é a noite de 64. Supremo Tribunal Federal
demandado, até hoje calado. E o Ruy Barbosa dizia, e contemporaneamente repito,
é o poder que mais tem faltado à República", concluiu.|brasil247
Assista ao trecho da entrevista
no vídeo abaixo.