A Polícia Federal concluiu que o ex-presidente José
Sarney e os senadores Romero Jucá (RR) e Renan Calheiros (AL), caciques do
PMDB, não tentaram barrar a Operação Lava Jato. Em relatório ao Supremo
Tribunal Federal sobre os áudios entregues pelo ex-presidente da Transpetro
Sérgio Machado, que gravou conversas com Sarney, Jucá e Renan, a PF sustenta
que não há como comprovar o cometimento de crimes por parte do ex-presidente e
dos senadores.
Nas reuniões com Machado – que fez delação premiada
e ficou livre da prisão -, o tema predominante era o avanço da Lava Jato.
Segundo a PF, ‘intenção’ não é obstrução de Justiça.
Nos diálogos, o
senador Romero Jucá (PMDB-RR) afirma ser necessário ‘mudar o governo para
estancar a sangria’ e mencionava como ‘solução’, o então vice-presidente Michel
Temer. À época, a ex-presidente Dilma Rousseff estava à beira
do processo de Impeachment e o delator e o peemedebista falavam sobre as
investigações. O então presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
ressaltou a necessidade de regulamentar a delação premiada em conversa com
Machado. Já Sarney disse prever que a delação da Odebrecht teria o efeito de
uma ‘metralhadora ponto 100’.
A informação foi divulgada pelo repórter Marcelo
Cosme, da Globo News, e confirmada pela reportagem do Estadão.
No relatório ao Supremo, a PF sugere um estudo mais
aprofundado sobre os benefícios concedidos a Machado com a colaboração.|estadao