Novos confrontos entre palestinos e as
forças de segurança israelenses em Jerusalém deixaram ao menos 113 feridos
nesta quinta-feira (27) na Esplanada das Mesquitas, na qual os fiéis muçulmanos
entraram após quase duas semanas de boicote devido às novas medidas de
segurança impostas por Israel.
Do
lado de fora, os confrontos começaram quando um grupo de policiais caminhava em
meio à multidão. Alguns palestinos jogaram garrafas de plástico e as forças
israelenses responderam com bombas de efeito moral.
"Depois
que os fiéis entraram no Monte do Templo, alguns começaram a atirar pedras
contra os agentes, alguns dos quais caíram na praça do Muro das
Lamentações", disse a polícia israelense em um comunicado.
"Um
destacamento da polícia no local dispersou os agitadores utilizando elementos
antidistúrbios. Um agente foi atingido por uma pedra na cabeça e foi atendido
no local", continua o texto.
Os
muçulmanos compareceram pela primeira vez em quase duas semanas à Esplanada
após as autoridades israelenses retirarem as polêmicas medidas de segurança,
decretadas após um ataque no qual morreram dois policiais israelenses no dia
14.
O
ataque motivou a instalação de detectores de metal na entrada da Esplanada,
pois Israel alegou que os autores esconderam suas armas em um templo.No
entanto, após as pressões da comunidade internacional, Israel retirou na
terça-feira (25) os detectores de metal, substituídos por câmeras de segurança,
que também foram desinstaladas nesta quinta. Pela manhã, a polícia anunciou o
cancelamento de todas as novas medidas de segurança.
Durante
dias, ocorreram fortes confrontos em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia
ocupada, que deixaram cinco mortos e dezenas de feridos. Além disso, três
israelenses foram assassinados por um palestino em uma colônia judaica na
Cisjordânia.
O
premiê israelense, Binyamin Netanyahu, solicitou nesta quinta-feira a execução
do autor deste ataque. "É hora de aplicar [a pena de morte para
terroristas] em casos graves", declarou diante das famílias das vítimas,
segundo um vídeo publicado em seu Twitter. A lei israelense não prevê a pena de
morte. (Folhapress)