A nomeação de Raquel Dodge para o cargo de procuradora-geral da República foi publica em decreto no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (13/7). Segundo a publicação, Dodge passará a ocupar o cargo em 18 de setembro de 2017, data em que termina o mandato de Rodrigo Janot. Indicada pelo presidente Michel Temer, Raquel Dodge é a primeira mulher a ocupar o cargo e terá mandato de dois anos à frente da Procuradoria-geral da República (PGR).

Ontem, Dodge passou por uma sabatina de quase 8 horas, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde foi aprovada por unanimidade. Ao responder as perguntas de senadores, ela disse que o combate à corrupção será prioridade e que, se necessário, vai aumentar as equipes responsáveis por operações do Ministério Público Federal (MPF), como a Lava-Jato. Após votação secreta no plenário da Casa, ela recebeu 74 votos a favor da indicação para o cargo e 1 contra, além de uma abstenção.

Ela foi a segunda mais votada na eleição interna da Associação Nacional dos Procuradores da República, que deu origem à lista tríplice enviada a Temer para subsidiar sua escolha.

Questionamentos

Durante a sabatina, Raquel Dodge respondeu perguntas sobre a Operação Lava-Jato, combate à corrupção e delação premiada. Perguntada sobre o tema por vários senadores, a subprocuradora disse que a legislação é nova e que, por isso, a palavra dela é aceitar que "erros ocorram". Sem se referir a casos específicos, Raquel afirmou que eventuais falhas devem “estar no horizonte” do Ministério Público e do Judiciário.

Na sabatina, a subprocuradora falou também sobre o sistema carcerário brasileiro e criticou o contingenciamento de verbas para a área que tem sido feito ao longo dos anos. "É preciso enfrentar essa situação, não só com boa vontade, mas com o espírito de resolver." Sobre o foro privilegiado, ela demonstrou aprovação à Proposta de Emenda à Constituição, já aprovada pelo Senado, que extingue esse benefício por prerrogativa de função para autoridades federais. Raquel Dogde também foi questionada sobre o instrumento de colaboração premiada. A subprocuradora defendeu que os "efeitos dos termos de colaboração premiada devem sempre ser levados ao Poder Judiciário."

Corpo a corpo


Desde que foi indicada para o cargo na PGR, Raquel Dodge visitou gabinetes de vários senadores. Os encontros são tradição para indicados ao posto e, segundo Dodge, servem para demonstrar respeito à instituição. Na véspera de sua sabatina, ontem, ela se encontrou com a bancada do PSD e com o presidente do Senado, Eunício Oliveira. No entanto, a subprocuradora não conseguiu visitar os 81 senadores.|correiobraziliense - Foto publicas

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