O juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato
na primeira instância, negou que tenha havido "omissão, obscuridade ou
contradição" na sentença em que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e
lavagem.
Em despacho
publicado nesta terça-feira, 18, Moro comparou Lula, maior liderança popular da
história do Brasil, ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), condenado a 15 anos
de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. "Ele [Cunha] também
afirmava como álibi que não era o titular das contas no exterior que haviam
recebido depósitos de vantagem indevida, mas somente 'usufrutuário em vida'. Em
casos de lavagem, o que importa é a realidade dos fatos segundo as provas e não
a mera aparência", disse Moro no despacho.
O juiz da
Lava Jato fez um paralelo entre o triplex registrado em nome da OAS e cedido em
garantia à Caixa Econômica Federal às contas mantidas por Cunha em bancos
suíços. "A corrupção perfectibilizou-se com o abatimento do preço do
apartamento e do custo de reformas da conta geral de propinas, não sendo
necessário para tanto a transferência da titularidade formal do imóvel",
avaliou o juiz.
Mais cedo,
em entrevista a uma rádio, Lula disse que provará que Moro errou e o acusou de
agir como um czar (leia
mais).|brasil247