O senador Lindbergh Farias (PT-RJ)
acusou o Poder Judiciário de agir com "seletividade", que segundo ele
mantém preso quem está disposto a fazer delação contra integrantes do PT,
mas liberta quem pode firmar um acordo de delação que pode comprometer o
presidente da República, Michel Temer.
Ele se referiu à decisão do Supremo
Tribunal Federal de libertar o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, que
foi preso a pedido do Ministério Público sob a acusação de ser intermediador de
pagamento de propina a Michel Temer.
Lindbergh Farias ainda criticou a
decisão que permitiu que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) volte a exercer
normalmente o seu mandato.
Nesse caso, Lindbergh citou o caso do
ex-senador e ex-líder do governo Dilma, Delcídio do Amaral, que somente foi
solto pela justiça com a possibilidade de retomar suas funções no Senado,
depois de fazer uma delação na qual tentou incriminar o ex-presidente Lula.
Sentença de Moro
Para Lindbergh, àquela época, tudo
foi feito de forma planejada, para gerar um clima favorável ao impeachment da
ex-presidente Dilma Rousseff. Já agora, as decisões estariam sendo tomadas para
impedir a volta do PT ao poder, inclusive com uma iminente sentença do juiz
federal Sérgio Moro em um dos processos envolvendo Lula, o que pode influenciar
as próximas eleições.
— Condenar o Lula sem provas? Esse
pessoal perdeu completamente a noção. Porque a condenação tem um objetivo, que
é tirar Lula do jogo. O medo deles são as eleições e o Lula não para de subir
em tudo o que é pesquisa. Então eles nem escondem o timing político, que é
tentar impedir o Lula de ser candidato. Condenar em primeira instância, tentar
condenar em segunda instância, para impedir a candidatura desse que é o
representante do campo popular, desse, que lidera todas as pesquisas.
Libertação de
Rafael braga
Lindbergh também manifestou apoio à
campanha pela libertação de Rafael Braga, jovem, negro, morador de rua, preso
nas manifestações de 2013 no Rio de Janeiro.
Segundo ele, o caso de Rafael Braga
reforça o preconceito contra as pessoas negras. Todos os anos, salientou o
senador, 60 mil pessoas são assassinadas no Brasil, metade jovens, sendo que
77% destes são negros e moradores de favela.
— Quando a gente defende princípio da
presunção da inocência e do devido processo legal, nós defendemos porque
sabemos que, na 'hora H', a corda arrebente sempre em cima dos mais pobres, dos
trabalhadores, das populações mais vulneráveis — afirmou.|agenciasenado