O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu o salário e a verba indenizatória do senador Aécio Neves (PSDB-MG), além de ter recolhido o carro oficial ao qual o parlamentar tem direito.

O documento foi enviado após uma cobrança do ministro Marco Aurélio Mello, do STF, de que o Senado havia descumprido a determinação da Corte de afastar Aécio Neves de suas funções legislativas.

O afastamento foi determinado pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, que rejeitou o pedido de prisão contra Aécio, mas determinou o afastamento das atividades parlamentares.

Reportagens recentes na imprensa apontaram que Aécio continuava com seu gabinete funcionando no Senado, mesmo depois da ordem de afastamento. O pedido de prisão contra o parlamentar, com base na delação premiada da JBS na Lava Jato, será julgado no próximo dia 20 pelo Supremo.

Eunício informou ainda que o nome de Aécio foi retirado do painel de votações da Casa. De acordo com o presidente do Congresso, a retirada foi para "deixar claro" que o Senado não descumpriu a determinação judicial.

Na última segunda-feira 12, o Senado, que até então não havia deixado claro o que fora retirado do senador, divulgou uma nota dizendo que cabia ao STF determinar o que caracterizaria o afastamento. A decisão foi vista como uma forma de enfrentamento ao tribunal.

Marco Aurélio cobrou então que o Senado convocasse o suplente de Aécio para assumir a vaga. Eunício Oliveira rebateu a declaração, dizendo que o regimento interno do Senado prevê que o suplente seja convocado somente após 120 dias de vacância.

Aécio foi afastado após a Polícia Federal deflagrar a Operação Patmos, que prendeu sua irmã, Andrea Neves, e seu primo, Frederico Pacheco de Medeiros. Aécio foi gravado pedindo R$ 2 milhões em propina ao empresário Joesley Batista, da JBS, e falando em adotar medidas para brecar as investigações da Lava Jato.|brasil247

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