Condenado
e pivô do escândalo do mensalão, o presidente nacional do PTB, Roberto
Jefferson, disse nesta quarta-feira (7) que, diante da atual crise política,
ofereceu o ombro ao presidente Michel Temer, a quem chamou de
"amigo". Na saída de reunião com o peemedebista, ele afirmou que as
acusações contra o presidente são "absolutamente injustas" e que seu
partido se posicionará contra uma eventual denúncia apresentada pela PGR
(Procuradoria-Geral da República). "Eu vim encostar o ombro com ele. Amigo
tem de ser em todos os momentos, na alegria e na tristeza. Nós viemos encostar
o ombro com ele e dizer que nós estamos juntos", disse. O encontro é o
quarto de Jefferson com Temer no Palácio do Planalto apenas neste ano. A
reunião desta quarta-feira (7) teve também as presenças de deputados e
senadores da legenda. O petebista considerou que seria "inoportuno" o
TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassar o mandato do peemedebista. Segundo
ele, causaria uma "crise gravíssima", que jogaria o país no passado.
"Ele é acusado nessa hora de maneira muito grave e entendemos que de
maneira muito injusta, muito açodada. E dizemos que apoiamos institucionalmente
ele, que está sendo castigado", afirmou. Ele disse ainda ter certeza que
uma denúncia contra o peemedebista "será barrada" e que o partido,
que reúne uma bancada de 17 deputados federais, votará pela sua recusa caso
seja apresentada. A expectativa do Palácio do Planalto é de que na semana que
vem a PGR apresente denúncia contra o presidente. Para não se tornar réu e ser
afastado temporariamente do cargo, ele precisa do apoio de 172 parlamentares na
Câmara dos Deputados. Para evitar sua saída, o presidente tem negociado apoio
com o chamado "centrão", grupo formado por siglas como PP, PR, PSD e
PTB. Com esse objetivo, o Palácio do Planalto tem oferecido postos de siglas
como PPS e PHS, que anunciaram formalmente o desembarque da gestão peemedebista
"Nós vamos recusar a denúncia. Eles acusam sem saber se é verdadeira a
prova. Ela está contaminada na origem, na essência. Foi obtida de meio ilegal e
editada ilegalmente", disse. O petebista é conhecido por ter, em 2005,
revelado à Folha de S.Paulo um esquema de compra de votos no Congresso Nacional
pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele teve o mandato
cassado e foi condenado a 7 anos e 14 dias de prisão por receber R$ 4,5 milhões
do "valerioduto". O ex-deputado federal, que nunca disse onde foi
parar o dinheiro, cumpriu mais de um ano em regime fechado, mas depois
conseguiu que o Supremo Tribunal Federal perdoasse o restante da pena.|folha - Foto: Igor Estrela