Os rodoviários de
Salvador aprovaram, em assembleia realizada na manhã desta quinta-feira (11), o
estado de greve. De acordo com o diretor político do sindicato e gerente nacional
da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Tiago Ferreira, já ocorreram diversas
rodadas de negociação, mas sem êxito para a pauta dos trabalhadores. "Foi
aprovado o estado de greve que significa a autorização para o sindicato colocar
o edital para prazo legal sobre a possível greve", afirmou, informando que
este prazo legal é de, no mínimo, 72 horas. "Hoje, às 15h, teremos
assembleia que deve definir a colacação do edital", ressaltou. Segundo
Ferreira, ainda haverá a tentativa de diálogo e "deve haver intermediação
do poder público, tanto do Ministério Público do Trabalho (MPT), bem como da
Delegacia Regional do Trabalho".
Entre as principais
reivindicações estão a questão salarial - com 5% de ganho real; manutenção dos
empregos e auto escola para os trabalhadores. "Queremos fechar um convênio
com o Detran para garantir que aqueles cobradores que forem demitidos possam
tirar a carteira de habilitação e garantir emprego como motorista", frisou
Fereira. Ainda entre as reivindicações, está a garantia de 100% do plano de
saúde.
Questionado sobre a
crise que assola o país e que atinge as empresas de ônibus, Ferreira pontuou
que há a necessidade de conversa e compreende que o desemprego atinge a
categoria,. Entretanto, ele critica a falta de sinalização por parte do
patronal com relação a um dos pontos levantados em pauta.
Empresas
Empresas
As três empresas
que operam o sistema de transporte público por ônibus de Salvador alegam ter,
desde janeiro deste ano, um déficit mensal de R$ 12 milhões. Ao A Tarde, a
associação que congrega os três consórcios (Integra), a tarifa de R$ 3,60 não é
suficiente para remunerar o serviço prestado. Ainda conforme matéria de A
Tarde, esse déficit é o principal argumento que os empresários do ramo têm
levado à prefeitura e ao Ministério Público do Estado (MP-BA) para pedir que o
sistema seja revisto e reivindicam redesenho das linhas.
No entanto, o
município informa que, embora o projeto esteja pronto, não pode ser
implementado até que o impasse com relação ao rateio do valor obtido na
integração com o metrô seja resolvido. Ao usar os dois modais, o usuário paga
só uma passagem nos casos das linhas já integradas. A Integra alega que os 39%
que são destinados ao ônibus (61% é do metrô) são insuficientes.|bocaonews