O líder da bancada do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), voltou a criticar nesta quarta-feira (24) as reformas econômicas e sociais propostas pelo presidente Michel Temer, que é do seu partido. Ele afirmou que as propostas são equivocadas e acirram o clima político do país. E assegurou que os senadores da legenda não aceitarão votá-las “goela abaixo”.

— O PMDB não é um departamento do Executivo, não é um subproduto do governo. Coincidentemente tem na Presidência da República um filiado, mas isso não significa que o PMDB vai aceitar, sem discutir, toda imposição do Palácio do Planalto.

Renan afastou a ideia de que estaria “isolado” na bancada. Ele disse que a atual correlação de forças entre os senadores do partido aponta para uma divisão. O líder alertou ainda que não cabe a Temer interferir na liderança da bancada, e que qualquer alteração deve ser tomada pelo conjunto dos senadores do PMDB.
Após o seu pronunciamento, Renan ainda travou um embate com o senador Waldemir Moka (PMDB-MS), que também discursou. Moka garantiu que o presidente Michel Temer tem o apoio do partido no Senado, e foi interpelado pelo líder. Em resposta, Moka disse que Renan "não fala pela liderança há muito tempo".

O líder do governo, senador Romero Jucá (RR), que é presidente do PMDB, disse que o partido não vai discutir questões internas no Plenário. Ele afirmou que a bancada discutirá internamente a postura coletiva a ser assumida quanto às reformas e que as decisões da maioria serão asseguradas por ele como presidente da legenda.


Com 22 senadores, o PMDB é a maior bancada do Senado, representando, sozinho, mais de um terço da casa.|ac - agenciasenado - Foto: Roque de Sá

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